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Saúde14 março 2017

Fosfoetanolamina será comercializada no Brasil como suplemento alimentar

A fosfoetanolamina, conhecida como “pílula do câncer”, começará a ser comercializado no país pela Internet como um suplemento alimentar.

Por Vanessa Thees

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A fosfoetanolamina, popularmente conhecida como “pílula do câncer”, começará a ser comercializado no país pela Internet, a partir do dia 16 de março, como um suplemento alimentar. O anúncio foi feito pelo médico Renato Meneguelo e o cientista Marcos Vinícius de Almeida, ex-colaboradores do químico Gilberto Chierice, considerado o criador da substância.

Além da fosfoetanolamina, o suplemento também contém cálcio, zinco e magnésio. A substância está sendo produzida na Flórida, nos Estados Unidos, e será vendida para os brasileiros e para o resto do mundo pela Internet. No site que comercializa o produto já é possível fazer uma reserva.

Na descrição do produto, não há nenhuma menção aos efeitos de cura contra o câncer. O site refere-se ao suplemento como um “poderoso bioimunomodulador que auxilia na reparação celular tecidual e mantém o equilíbrio do metabolismo e o bom funcionamento da saúde humana”.

Entre os benefícios destacados, estão a estimulação da ação de defesa do organismo e promoção da saúde celular, regulação do metabolismo, auxílio à memória e diminuição do stress.

Comercializado dessa forma, a substância “foge” da regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em nota no seu site oficial, a Agência afirma que a fosfoetanolamina jamais passou por qualquer estudo clínico que comprovasse sua eficácia e segurança, e nunca houve solicitação de registro na Agência, como todos os medicamentos em uso no país são obrigados a ter.

Atualmente, a substância desenvolvida pelo químico Gilberto Chierice está na fase 2 de testes em pacientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Os resultados serão divulgados nas próximas semanas.

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Histórico da fosfoetanolamina no Brasil

Em abril de 2016, a produção e comercialização da fosfoetanolamina sintética como droga anticâncer foi autorizada pela presidente Dilma Rousseff, mas a lei foi suspensa logo depois pelo Superior Tribunal Federal (STF), devido à carência de estudos clínicos em humanos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma nota em seu site recomendando aos médicos do país para que não prescrevessem a fosfoetanolamina sintética para tratamento de câncer, até que a eficácia da mesma seja reconhecida e testada por evidências científicas.

Oncologistas relataram que são constantemente questionados sobre a prescrição da substância para seus pacientes e, comumente, os pacientes ficam insatisfeitos pelo posicionamento do profissional, que se nega a prescrever a substância por questões éticas e falta de evidência.

Veja também: ‘Fosfoetanolamina: A cura do câncer, entre a fé e a ciência’

Como age a fosfoetanolamina?

A fosfoetanolamina é um precursor de ácidos graxos. Como a atividade mitocondrial é altamente dependente de ácidos graxos, e as mitocôndrias de células cancerosas apresentam uma atividade diminuída, a fosfoetanolamina ativa essas mitocôndrias de células cancerosas, permitindo a promoção de mecanismos apoptóticos (morte celular) e sinalização de membrana celular para reconhecimento da célula cancerosa pelo sistema imune.

Referências:

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