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Saúde5 novembro 2020

FDA aprova remdesivir como primeiro tratamento contra a Covid-19

A FDA, agência regulatória dos Estados Unidos, aprovou o medicamento antiviral remdesivir como primeiro tratamento para a Covid-19.

Por Clara Barreto

No final de outubro, a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, aprovou o remdesivir como primeiro tratamento para a Covid-19. O medicamento antiviral, produzido inicialmente contra o ebola, poderá ser utilizado em pacientes hospitalizados a partir de 12 anos de idade.

Em maio deste ano, a FDA já havia liberado o uso do antiviral de forma emergencial, além da autorização para realização de ensaios clínicos. Agora, o medicamento, com nome comercial Veklury, tem registro oficial como tratamento contra o novo coronavírus.

A FDA aprovou o remdesivir como primeiro tratamento para a Covid-19.

Remdesivir contra a Covid-19

A autorização levou em conta três ensaios clínicos randomizados que incluíram pacientes hospitalizados com Covid-19 leve a grave.

O primeiro deles, o Adaptive Covid-19 Treatment Trial (ACTT-1), avaliou o tempo de recuperação em 29 dias após o tratamento, com inclusão de 1.062 pessoas. Segundo os resultados, o tempo médio para a recuperação foi de dez dias para o grupo intervenção em comparação com 15 dias para o grupo de placebo, uma diferença estatisticamente significativa. No geral, as chances de melhora clínica no dia 15 também foram maiores, com relevância estatística, no grupo Veklury em comparação com o grupo placebo.

Num segundo estudo, que também falamos aqui no Portal, os pesquisadores avaliaram o estado clínico dos pacientes no dia 11. Foi comparado o tratamento de cinco dias com o fármaco, com o tratamento de dez dias versus o tratamento padrão. As chances de melhora dos sintomas no dia 11 foram maiores, com relevância estatística, no grupo de remdesivir por cinco dias, em comparação com aqueles que receberam apenas o tratamento padrão. As chances de melhora do grupo de tratamento de dez dias em comparação com o grupo controle foram numericamente favoráveis, mas não estatisticamente significativas.

Por fim, o último ensaio clínico utilizado foi multicêntrico aberto e randomizado, em pacientes com Covid-19 grave, e comparou o uso do medicamento por cinco dias (n = 200) com o tratamento por dez dias (n = 197). Foi avaliado o estado clínico no dia 14, e os resultados apontaram melhora de sintomas similares entre os grupos, sem diferença estatística nas taxas de recuperação ou mortalidade.

Recomendação OMS

Apesar de ter sido autorizado nos Estados Unidos, o remdesivir não foi considerado eficaz contra a Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em seu estudo SOLIDARITY, nenhum dos quatro medicamentos avaliados, remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir e interferon-β1a, demonstrou benefício na redução de mortalidade, redução de progressão para ventilação mecânica ou redução no tempo de hospitalização.

O SOLIDARITY continua recrutando pacientes em todo mundo, mas os braços da hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir e interferon-β1a foram descontinuados. Novos medicamentos devem ser incorporados para avaliação de um tratamento eficaz.

Remdesivir no Brasil

Apesar de ser um fármaco que não está disponível no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso experimental do remdesivir, em junho deste ano, em um ensaio clínico em pacientes com Covid-19. O estudo autorizado tem como objetivo comparar o uso do remdesivir em associação com tocilizumabe versus remdesivir e placebo em pacientes com pneumonia grave pela Covid-19.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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