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Saúde21 julho 2021

Covid: variante Delta já foi identificada em 111 países, diz OMS

A variante Delta do novo coronavírus já foi detectada em 111 países, de acordo com o mais recente boletim epidemiológico da OMS.  

Por Úrsula Neves

A variante Delta do novo coronavírus já foi detectada em 111 países, de acordo com o mais recente boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS).  

Identificada pela primeira vez na Índia, a Delta se tornou rapidamente dominante em grande parte do mundo. À medida que as economias da Europa e dos Estados Unidos que enfraqueceram com sucesso a ligação entre infecções e óbitos começaram a reabrir, alguns dos países mais pobres com baixas taxas de vacinação estão entrando na pior fase da pandemia.

Em um artigo publicado na revista científica Eurosurveillance, pesquisadores ligados à OMS e ao Imperial College London apontam que a variante Delta foi a que teve o maior aumento na taxa de reprodução em relação ao novo coronavírus original. Enquanto a alfa (B.1.1.7) teve aumento de 29% na transmissibilidade, os pesquisadores apontam que a Delta chegou a 97% de incremento em relação ao vírus original.

Leia também: Covid-19: Estados reduzem intervalo entre doses da AstraZeneca em ação contra a variante Delta

Covid: variante Delta já foi identificada em 111 países, diz OMS

Na África

Vinte e seis países africanos viram o número de casos confirmados de Covid-19 saltar cerca de 50% ou mais em junho em comparação com maio. Dezessete desses 26 países confirmaram casos da variante Delta, que impulsionou o aumento de óbitos da Índia.

A variante Delta, agora confirmada em 22 países africanos, se espalhou 225% mais rápido do que o vírus original. Cerca de 5.600 pessoas em toda a África vieram a óbito de Covid-19 na primeira semana de julho. Isso representa um aumento de 43% em relação à semana anterior. As taxas reais são provavelmente ainda mais altas, visto que muitos dos países afetados têm taxas de teste positivas próximas ou acima de 15%.

Nos Estados Unidos

A variante continua a se espalhar pelos Estados Unidos, já sendo responsável por 83% dos novos casos confirmados de Covid-19 no país, segundo o CDC, a agência de saúde americana. A porcentagem representa uma forte alta desde o começo do mês. Na primeira semana, a Delta foi responsável por metade dos casos sequenciados geneticamente.

A variante Delta do novo coronavírus já é considerada predominante em quatro países: Índia, Reino Unido, Israel, México e Bélgica.

No Brasil

No Brasil, foram identificados 110 casos da variante Delta (B.1.671.2) até essa segunda-feira (19/7), segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Entre esses pacientes, cinco evoluíram para a versão grave da Covid-19.

O número não representa o valor total e exato de infectados pela doença, uma vez que muitos pacientes que apresentaram o novo coronavírus, mesmo após a chegada da variante Delta, não tiveram as suas amostras analisadas em sequenciamento genético.

Até o momento, o Rio de Janeiro foi o estado com o maior número de casos detectados, com 83 infectados. Na segunda posição vem o estado do Paraná, com 13.

Em um artigo publicado no jornal O Globo nesta terça-feira (20/7), a pneumologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, disse que o Brasil não está preparado para lidar com a variante Delta, em circulação em alguns estados do país.

Saiba mais: As infecções por variantes após a vacinação completa contra Covid-19

Segundo a pesquisadora, países como Estados Unidos e Inglaterra, que também já detectaram a presença da variante Delta, apresentaram aumentos significativos no número de novas infecções diárias pela Covid-19, o que pode ser um prenúncio do que irá acontecer no Brasil.

Conforme Margareth Dalcolmo, para suavizar o impacto da nova cepa, o país precisa retomar as medidas restritivas em concomitância com a manutenção da vacinação da população, principalmente a mais jovem.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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