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Saúde22 maio 2020

Covid-19: OMS alerta para uma nova síndrome inflamatória em crianças e adolescentes

Equipes médicas devem ficar atentas a uma nova inflamação que está afetando crianças e adolescentes e pode estar ligada à Covid-19.

Por Úrsula Neves

Equipes médicas devem ficar atentas a uma nova inflamação que está afetando crianças e adolescentes e pode estar ligada ao novo coronavírus, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em um comunicado divulgado na última sexta-feira, dia 15 de maio.

A doença, batizada como Síndrome Pediátrica Inflamatória Multissistêmica Temporariamente Associada ao SARS-CoV-2 (PIMS-TS), é grave, requer cuidados intensivos e pode ser fatal.

A doença causa inflamação nas paredes das artérias de tamanho médio e pode danificar o coração. Os sintomas incluem alergia, problemas cardíacos e de coagulação no sangue, vômito, diarreia e dor abdominal.

Embora a nova síndrome também envolva inflamação, especialistas em doenças infecciosas dizem que é diferente da doença de Kawasaki. Os sintomas incluem ainda febre persistente, erupção cutânea, olhos vermelhos, inflamação e mau funcionamento de um ou mais órgãos.

Análises preliminares

Recentemente, relatórios médicos vindos da Europa e da América do Norte descreveram grupos de crianças e adolescentes que requerem admissão em unidades de terapia intensiva com uma condição inflamatória multissistêmica, com algumas características semelhantes às da doença de Kawasaki e da síndrome do choque tóxico.

Relatos de casos descreveram uma apresentação de doença aguda acompanhada de uma síndrome hiperinflamatória, levando a falência e ao choque de múltiplos órgãos.

As hipóteses iniciais são de que essa síndrome pode estar relacionada a Covid-19 com base em testes laboratoriais iniciais que mostram sorologia positiva na maioria dos pacientes. As crianças foram tratadas com tratamento anti-inflamatório, incluindo imunoglobulina parentérica e esteroides.

Pesquisadores afirmam que é essencial caracterizar essa síndrome e seus fatores de risco, entender a causalidade e descrever as intervenções de tratamento. Ainda não está claro o espectro completo da enfermidade e se a distribuição geográfica na Europa e na América do Norte reflete um padrão verdadeiro ou se a condição simplesmente não foi reconhecida em outros lugares.

Existe, portanto, uma necessidade urgente de coleta de dados padronizados que descrevam apresentações clínicas, gravidade, resultados e epidemiologia. A OMS desenvolveu uma definição preliminar de caso e um formulário de relato de caso para distúrbio inflamatório multissistêmico em crianças e adolescentes.

A definição preliminar de caso reflete os recursos clínicos e laboratoriais observados em crianças relatadas até o momento e serve para identificar casos suspeitos ou confirmados, tanto com a finalidade de fornecer tratamento, como também com relatórios e vigilância provisórios. A definição de caso será revisada à medida que mais dados estiverem disponíveis.

Leia também: Sintomas gastrointestinais podem ser sugestivos de Covid-19 em crianças?

Mais casos relatados

No final de abril, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido emitiu um alerta aos pediatras sobre a síndrome. Os relatórios também vieram à tona na França, Espanha e Itália, e provavelmente estão entre as dezenas mundialmente.
Já no início deste mês, o Departamento de Saúde da cidade de Nova York emitiu um alerta informando que 15 crianças com idades entre dois e 15 anos haviam sido hospitalizadas com a síndrome. Outros casos foram notificados também em Nova Jersey e na Filadélfia.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) emitiu comunicado alertando para a doença que pode estar ligada ao novo coronavírus.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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