Gestantes sem comorbidades poderão vacinar contra a Covid-19, desde que com seja feito com a vacina CoronaVac ou da Pfizer, anunciou nesta quinta-feira (8/7) o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em coletiva de imprensa realizada em Brasília.
As vacinas da AstraZeneca e da Johnson, não deverão ser utilizadas em grávidas. Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia recomendado que gestantes não recebessem as vacinas de vetor viral.
A combinação de vacinas não está autorizada
Outra informação importante é que a combinação de vacinas não está autorizada nem em grávidas, nem em nenhum público. E que os municípios não devem fazer a combinação por conta própria.
“Os secretários estaduais, municipais, têm autonomia, mas não para mudar o cerne do que foi discutido na política tripartite. Não pode ficar criando esquemas vacinais diferentes de maneira discricionária sem ouvir o Programa Nacional de Imunizações”, disse Marcelo Queiroga, durante a coletiva de imprensa.
A combinação da primeira dose da AstraZeneca com a segunda dose da Pfizer em gestantes já havia sido autorizada em, pelo menos, dois estados: no Rio de Janeiro e no Ceará. No caso do Ceará, a autorização também foi estendida a puérperas.
A orientação do Ministério da Saúde é que as grávidas que já receberam a vacina da AstraZeneca devem completar a imunização com a mesma vacina após o puerpério. Mesmo antes da nova orientação da pasta, diversos municípios já vacinavam gestantes sem comorbidades.
Quatro óbitos de grávidas vacinadas confirmadas, apenas um ligado ao imunizante
O Ministério da Saúde apresentou os dados da vacinação de grávidas brasileiras durante a coletiva de imprensa. Até o momento, 313.235 das 3 milhões de grávidas no Brasil já foram vacinadas contra a Covid-19, o equivalente a cerca de 10% das gestantes brasileiras.
Confira como a vacinação foi realizada até agora:
- 201.452 de gestantes receberam a Pfizer;
- 63.581 receberam a CoronaVac;
- 48.202 receberam a AstraZeneca.
Entre as vacinadas, foram identificados 439 eventos adversos. Desses, 24 foram graves. Foram identificados quatro óbitos de gestantes vacinadas. No entanto, apenas uma morte tem relação com o imunizante.
A pasta chegou a orientar a vacinação de grávidas sem comorbidades. No entanto, a orientação foi mudada por causa do óbito citado acima.
A nova decisão de vacinar todas as grávidas – com ou sem comorbidades – veio após uma análise de risco-benefício, que considerou a grave situação do Brasil na pandemia, com o registro de 1,4 mil óbitos de gestantes pela Covid-19.
Benefícios da vacinação superam os riscos
O secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Câmara Parente, explicou na coletiva de imprensa que os imunizantes produzidos com adenovírus não replicantes, como a AstraZeneca e a Janssen, podem causar eventos adversos em gestantes.
Ele ainda afirmou que a porcentagem de letalidade por Covid-19 no Brasil em grávidas infectadas pelo novo coronavírus é de 10%. O índice é considerado alto e, por isso, a pasta decidiu seguir com a imunização desse público.
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O ministro da Saúde afirmou que os benefícios da vacinação superam os riscos. “Após a análise dos dados de todas que foram vacinadas e do amplo debate dos cientistas e dos pesquisadores, e também dos próprios dados, houve o entendimento de voltarmos com as vacinas das gestantes sem comorbidades. Entendemos que não há porque suspender a vacinação”, explicou Marcelo Queiroga.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- Saúde atualiza recomendações de vacina para gestantes e puérperas. Agência Brasil. 08 de julho de 2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-07/saude-divulga-novas-regras-para-vacinacao-de-gestantes
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