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A coloproctologia é uma especialidade ampla que inclui diagnóstico, tratamento clínico e cirúrgico das afecções benignas e malignas do intestino delgado, dos cólons, ânus e disfunções do assoalho pélvico. No século passado, a abordagem laparoscópica foi o grande marco para essa cirurgia.
Atualmente, a inclusão do acesso robótico e a adição da inteligência artificial adicionaram medidas facilitadoras para o cirurgião que beneficiam os pacientes. A tecnologia crescente e o desenvolvimento de aparelhos com elevada resolução de imagem vêm resultando num aumento substancial no diagnóstico precoce das doenças, inclusive as raras, de forma eficaz.
É importante destacar também os avanços no desenvolvimento de medicamentos e novos aparelhos utilizados em procedimentos cirúrgicos no tratamento de doenças benignas e malignas que tanto têm melhorado a qualidade de vida como o aumento da sobrevida de paciente.
Principais desafios e oportunidades
Para Sthela Murad Regadas, presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), um dos principais desafios enfrentados pelos médicos especialistas nesta área é a falta de estrutura para possibilitar trabalhar em muitas regiões do país, inclusive iniciar a especialidade em regiões que ainda não tiveram a oportunidade de ter esse tipo de atendimento.
“O mais importante para a coloproctologia é poder exercê-la na íntegra, pois trata-se de uma especialidade diagnóstica e com tratamentos clínicos, com cirurgias de pequeno, médio e grande porte. O local de atendimento deve oferecer condições mínimas necessárias para o diagnóstico e, pelo menos, para o início do tratamento. Sendo, portanto, necessário encaminhar os casos mais complexos”, diz Sthela Regadas.
Na opinião da presidente da SBCP, um cirurgião colorretal deve ser competente em seus conhecimentos e habilidades, atencioso e seguro, possibilitando uma relação médico-paciente de confiança e de conforto para que o paciente possa realizar a consulta e o exame proctológico de forma adequada.
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“Muitas vezes, a dificuldade de trabalho para os especialistas não se deve apenas à concorrência, mas às condições oferecidas. Quando nos referimos às condições, estamos mencionando local de atendimento, o que temos disponíveis para oferecer aos pacientes. Não é somente a consulta formal, mas necessitamos de exames que ajudarão a esclarecer o diagnóstico e a escolha do tratamento adequado. Assim como a possibilidade de tratamento, de acordo com medicamentos disponíveis, unidades de terapia intensiva e centro cirúrgico para realização de cirurgias de diferentes portes”, esclarece Sthela Regadas.
Como essa especialidade é ampla e tem se desenvolvido cada vez mais, é fundamental que os especialistas obtenham novos conhecimentos na área de câncer colorretal, assoalho pélvico e doença inflamatória intestinal, visando o diagnóstico precoce e os tratamentos que ofereçam uma melhor qualidade de vida e o aumento na sobrevida.
Ainda segundo Sthela Regadas, a especialidade ainda tem espaço nos grupos que já existem para aquisição dos jovens e na formação de novos grupos para atender parte da população que não tem acesso a essa especialidade.
Conquistas da SBCP
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia possui 2.200 membros associados. A SBCP é bastante atuante desde a formação dos residentes no país inteiro ao apoio aos sócios. “A Sociedade tem se preocupado e investido muito na educação continuada, incentivando e oferecendo busca de novos conhecimentos facilitadores para os seus sócios e objetivando manter a qualidade dos profissionais do país”, afirma Sthela Regadas.
Entre as maiores conquistas estão:
- Investimento na educação continuada, com promoção anual de cursos para residentes e sócios nas diversas etapas visando a incentivar e adicionar novos conhecimentos aos seus membros;
- Disponibilização de atualizações no site de acesso restrito aos sócios;
- Disponibilização do Portal da Coloproctologia, um canal informativo para a população em geral com assuntos atuais em forma de vídeos, artigos e demais acessos a entrevistas pelos especialistas e no incentivo da prevenção das doenças relacionadas à especialidade;
- Disponibilização do Journal of Coloproctology (JCOL), publicação científica trimestral oficial da SBCP em inglês com demonstração de resultados;
- Manutenção de um vínculo constante visando apoiar os serviços de residências e estágios responsáveis pela formação dos novos profissionais;
- Trabalho na defesa de classe em busca de melhores condições de trabalho para os especialistas na área;
- Normatização do Setembro Verde, mês da prevenção do câncer colorretal. Durante todo esse mês são realizadas diversas formas de promoção informativa à população em geral sobre prevenção e conhecimentos afins.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
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