O Censo Demográfico 2022 revelou que há 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA) no Brasil, o que corresponde a 1,2% da população brasileira. É a primeira vez que o Censo traz informações sobre autismo. As informações, divulgadas na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a prevalência foi maior entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%). Crianças de 5 a 9 anos foram o grupo etário com maior prevalência.
Em relação às regiões, o documento expôs que não há grande diferença entre as Grandes Regiões. O Sudeste possui a maior concentração, com mais de um milhão de pessoas diagnosticadas com TEA, seguido pelo Nordeste, Sul, Norte e por último, Centro-Oeste com 180 mil.
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Prevalência de TEA em crianças e adolescentes
O número de diagnósticos foi maior entre jovens, com 1,1 milhão de pessoas de 0 a 14 anos com autismo. O maior percentual, de 2,6%, foi entre crianças de 5 a 9 anos. Já o menor foi entre adolescentes de 15 a 19 anos, com 1,3%.
Levando em conta os recortes de sexo e idade, meninos de 5 a 9 anos apresentaram a maior prevalência: 3,8% dessa faixa, equivalente a 264,6 mil indivíduos foram diagnosticados com autismo por um profissional. Entre as meninas na mesma faixa etária, o percentual foi de 1,3%, um total de 86,3 mil pessoas.
Entre adultos, a prevalência do autismo foi maior entre homens até 44 anos. Nos grupos etários de 45 a 49 anos, 55 a 59 e 70 ou mais, a prevalência foi equivalente entre pessoas do sexo masculino e feminino. Já nas pessoas de 50 a 54 anos e 60 a 69 anos, as mulheres apresentaram porcentagem um pouco maior em relação aos homens.
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Prevalência entre brancos e negros
No critério por cor ou raça, o documento revelou que a prevalência foi maior entre pessoas brancas, totalizando 1,1 milhão de pessoas diagnosticadas com TEA. A menor prevalência está em pessoas indígenas, com um total de 11,4 mil. Entre pessoas declaradas amarelas, o total foi 10,3 mil.
Entre a população preta, 221,7 mil possuíam diagnóstico de autismo e entre as pessoas pardas, o número foi de 1,1 milhão.
Taxa de escolarização de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)
As informações do Censo 2022 ainda mostraram que a taxa de escolarização da população com autismo superou a taxa da população em geral. A diferença foi mais expressiva entre os homens, dos quais 44,2% das pessoas com transtorno do espectro autista estavam estudando, comparados a 24,7% do total.
Jovens com autismo de 18 a 24 anos e 25 anos ou mais destacaram-se com uma taxa de escolarização maior do que entre a população geral, o que sugere uma trajetória escolar maior entre o grupo com TEA.
A análise por raça ou cor indicou que havia 347,8 mil estudantes brancos diagnosticados com autismo, seguidos por 344,4 pardos, 62,6 mil pretos, 3,5 mil indígenas e 2,6 mil amarelos. Em todos os grupos de raça e cor, pessoas com autismo apresentaram taxas de escolarização superiores à população em geral.
A pesquisa apresentou que a faixa etária de 6 a 14 anos concentrava a maior parte dos estudantes com autismo. Essa etapa da educação básica concentra mais pessoas diagnosticadas com autismo do que a média da população estudantil em geral. Em outros grupos etários, há a inversão dessa relação, os percentuais de estudantes com autismo são menores do que o geral.
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Predomínio no ensino fundamental e médio
Os dados mostraram que a maior parte dos estudantes com TEA estava matriculada no ensino fundamental, totalizando 66,8% dos estudantes com autismo no Brasil. Já o ensino médio regular concentrava 93,6 mil e representava 12,3% dos estudantes.
No âmbito do nível de instrução, 46,1% das pessoas diagnosticadas com autismo estão no grupo sem instrução e fundamental incompleto, enquanto, na população geral, o percentual era de 35,2%.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.
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