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Saúde5 dezembro 2024

Brasil registra aumento de 23,6% no número de médicos de 2019 a 2023, aponta IBGE 

Relatório do IBGE mostrou crescimento do número de médicos mais acentuado na rede privada e fortalecimento das desigualdades regionais
Por Redação Afya

Em 2023, o Brasil alcançou a marca de 502,6 mil médicos, o que representa um aumento de 23,6% em relação a 2019, conforme dados do IBGE. Em termos de densidade, no ano analisado o país apresentou 23,7 médicos para cada 10 mil habitantes, número que, quando comparado com dados disponíveis de outros países (2021-2022) o colocam abaixo de países como Portugal (57,7), Argentina (40,8), Reino Unido (31,7), México (25,6) e Canadá (25), mas acima da República Dominicana (22,3) e da Turquia (21,7). 

Esses dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais 2024, estudo elaborado pelo IBGE que analisa as condições de vida da população brasileira, abordando temas como mercado de trabalho, renda, educação, saúde e outros aspectos importantes da realidade social do país. Segundo o estudo, em 2023, 180,3 milhões de brasileiros dependiam inteiramente do atendimento de saúde oferecido pelo SUS (85,2% da população), apenas 14,8% tinha acesso a planos de saúde em 2023 (em 2019, esse percentual era de 11,9% da população).

De acordo com as informações colhidas pelo IBGE, os anos de pandemia de covid-19 (2019 a 2023) apresentaram um maior crescimento no número de profissionais de saúde em relação ao quinquênio anterior (2015-2019). Nesse período o número de médicos atuantes na rede privada foi mais expressivo, crescendo 29,7%, enquanto o número de profissionais atuantes no Sistema Único de Saúde (SUS) cresceu 21,2%. Contudo, o maior crescimento foi constatado no número de enfermeiros que teve um salto considerável de 39,2%, totalizando 363,1 mil profissionais em 2023. O Brasil ainda contava em 2023 com 952,6 mil técnicos de saúde. 

Entretanto, apesar do crescimento fora do SUS, a proporção dos médicos que atenderam pelo SUS do total de médicos ainda foi de 71,4% em 2023. Em relação as especialidades de atendimento selecionadas para o relatório, o documento aponta que 98,1% do total de médicos de família se concentram no SUS, que também apresenta 77,9% dos clínicos, sendo essas duas especialidades com maior proporção no SUS em comparação com a rede não pública, já as menores foram gastroenterologia (41,7%) e geriatria (44,5%).

Todas as especialidades apresentaram crescimento maior fora do SUS, exceto radiologia, que cresceu 21,8% no SUS e 20,8% fora.

Número de médicos: dados regionais

A discrepância entre regiões brasileiras aumentou entre 2019 e 2023. Embora o número de médicos por 10.000 habitantes tenha aumentado nas regiões Norte e Nordeste entre 2019 e 2023, passando de 11 para 13 e 13 para 17, respectivamente. O índice aumentou com mais força no Sul (de 22 para 27), Sudeste (de 25 para 29) e Centro-Oeste (de 20 para 25). De acordo com a publicação do IBGE, “A indicação de déficit de médicos no Norte (19,9 mil) e no Nordeste (41,1 mil) e a distância entre o número de médicos por habitantes (13 e 17 por 10 mil habitantes, nessa ordem) e o indicador das outras Regiões, reforça a necessidade de movimentação de médicos do Sudeste, Sul e Centro-Oeste para atendimento dessa demanda.”

Brasil registra aumento de 23,6% no número de médicos de 2019 a 2023, aponta IBGE 

Leitos hospitalares

Devido a época em que a coleta de dados foi realizada (pandemia de covid-19), o IBGE optou por focar em informações sobre disponibilidade de leitos, dessa forma verificou que entre 2019 e 2021 o número de leitos de internação cresceu chegando a 448,8 mil leitos e se mantendo estável até 2023. De acordo com o relatório, esse crescimento se deu principalmente nos leitos ofertados no SUS até 2021, e entre 2021 a 2023, na rede privada, a medida que a oferta de leitos no SUS diminuía. Apesar da redução em 2022 e 2023, o número de leitos ofertados no SUS permaneceu maior do que o verificado em 2019, o primeiro ano analisado, ficando em 308,8 mil.

Os dados finais apontaram um crescimento de 3,7% no número de leitos de internação (3,7% no SUS e 3,3% para rede privada), com 68,8% deles sendo no Sistema Único de Saúde. 

Entretanto, quando levantados os dados de leitos de internação por habitantes, nota-se um descompasso em relação a disponibilidade de leitos e o crescimento populacional, principalmente na rede privada, que passou de 53,5 leitos por 10.000 habitantes em 2019 para 43,1 leitos em 2023. No mesmo período os leitos do SUS por 10.000 habitantes apresentaram um crescimento tímido de 2,1% (de 14,3 para 14,6).

O IBGE também apontou uma grande disparidade regional, com valores menores principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Em relação aos leitos complementares, entre 2019 e 2021, ocorreu um aumento significativo (de 59,4 mil para 101,0 mil), com uma subsequente redução entre 2021 e 2023 (para 77,6 mil). De acordo com o instituto isso foi reflexo das ações tomadas durante a pandemia de covid-19. Ainda assim, considerando todo quinquênio, verifica-se um crescimento de 30,7%, quando somados os números tanto dentro do SUS quanto fora da rede pública.

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Referências bibliográficas

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