O gene mcr-1, responsável por causar resistência a uma gama de antibióticos utilizados no tratamento de infecções bacterianas, foi identificado no Brasil pela primeira vez. O gene foi descoberto na China e já havia sido encontrado em países da África, Europa e Ásia.
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo identificaram o gene em cepas da bactéria Escherichia coli isoladas de animais de produção. Eles também encontram o primeiro caso de infecção em pessoas no país, por uma cepa da bactéria portadora do gene e resistente a Colistina (polimixina E).
A aparição do gene mcr-1 é preocupante, pois pode contribuir para o surgimento de bactérias totalmente resistentes aos antibióticos, afirmam os pesquisadores. No pior cenário, o Brasil corre o risco de regressar a era pré-antibiótica, quando doenças comuns, como infecção urinária, levavam ao óbito.
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O gene mcr-1
Em 2015, pesquisadores chineses identificaram um novo gene, o mcr-1, resistente contra polimixina E e polimixina B. Eles também descobriram que o gene pode ser facilmente transferido de uma espécie de bactéria para outra, por meio de plasmídeos e fragmentos de DNA extracromossômicos.
De acordo com os pesquisadores, a principal suspeita do surgimento e propagação do gente é o uso exagerado de Colistina na agropecuária, como promotora de crescimento. Cepas bacterianas portadoras do mcr-1 foram encontradas em animais de produção e humanos, indicando que a disseminação começa no uso do antibiótico na alimentação dos animais, depois para os alimentos derivados e, por fim, para o ambiente.
Referências:
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