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Reumatologia25 setembro 2025

Por que o pulmão deve ser “top of mind” na avaliação do reumatologista?

Parte dos pacientes com Doenças do Tecido Conjuntivo (DTC) pode apresentar Doenças Pulmonares Intersticiais (DPIs) como primeira ou única manifestação da condição primária.
Por Carolina Müller

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Boehringer Ingelheim de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

As Doenças Pulmonares Intersticiais (DPIs) fibróticas abrangem mais de 200 condições¹-7 que podem levar à formação de cicatrizes permanentes no tecido pulmonar²,7-10, comprometendo de forma irreversível a capacidade de respiração e a qualidade de vida do paciente.

Em um primeiro momento, este poderia parecer um artigo direcionado para médicos pneumologistas, mas as DPIs também são um acometimento comum das Doenças do Tecido Conjuntivo (DTC)11-13, podendo até mesmo ser a primeira manifestação dessa condição primária, não diagnosticada ou não reconhecida anteriormente11-13. Essa relação ocorre, devido à inflamação crônica e à disfunção do tecido conjuntivo que podem levar à formação de tecido cicatricial nos pulmões5,15-17. Por isso, é essencial que as DPIs também sejam consideradas na avaliação do paciente.

Dados mostram que a prevalência de DPIs, como a fibrose pulmonar, varia entre as doenças autoimunes: ocorre em 42% a 50% dos pacientes com esclerose sistêmica (ES)18; em até 30% dos pacientes com artrite reumatoide (AR)19-22; em 8% a 20% dos pacientes com doença de Sjögren primária23-26; e em até 49% dos pacientes com polimiosite/ dermatomiosite (DM)/dermatomiosite clinicamente amiopática (CADM)27-33.

Quando olhamos para as taxas de mortalidade em cinco anos nos pacientes com DPIs associadas a essas doenças, os números também impressionam: 37% em artrite reumatoide34, 14% em esclerose sistêmica35, 14% em doença de Sjögren primária36-38 e 35% em polimiosite/dermatomiosite (DM)/dermatomiosite clinicamente amiopática (CADM)28.

Embora esse grupo – em especial de fibrose pulmonar – gere quadros que afetam imensamente a vida dos pacientes, existem barreiras que dificultam o diagnóstico precoce, como sintomas comuns e inespecíficos. Sabe-se que 55% dos pacientes com DPIs relatam pelo menos um diagnóstico incorreto39, levando-os a consultas médicas frequentes, exames diagnósticos repetidos e exposição a tratamentos ineficazes. Por sua vez, os impactos negativos sobrepassam as limitações físicas: a incerteza contínua em relação ao diagnóstico resulta em estresse emocional em mais de 80% dos pacientes39.

Como médicos reumatologistas podem contribuir, então, para diminuir o tempo de jornada dos pacientes e fazer com que eles tenham acesso mais precocemente ao tratamento adequado?

  1. Suspeite de fibrose pulmonar: seu papel em identificar pacientes com DPIs, especialmente fibrose pulmonar, é crucial, pois, uma vez perdida a função pulmonar, ela é perdida para sempre5,40,42.
  2. Não ignore sintomas “comuns”: considere fibrose pulmonar em todos os pacientes com DTCs com tosse seca persistente, cansaço e dispneia crônica43. Além disso, atenção especial a estertores semelhantes ao som de “velcro” na ausculta pulmonar.
  3. Faça a triagem da doença com acometimento pulmonar com provas de função pulmonar, tomografia de tórax de alta resolução e acompanhamento periódico. É importante lembrar que a ausência de sintomas não significa ausência e/ou progressão de doença44.
  4. Em caso de suspeita de acometimento pulmonar, avalie se há indicação de acompanhamento conjunto do paciente com um especialista em DPIs. A abordagem holística e o cuidado integrado podem fazer toda a diferença para a independência e qualidade de vida dele.

A fibrose pulmonar idiopática (FPI) e a fibrose pulmonar progressiva (FPP) são consideradas as formas mais graves de DPIs. E, no mês de conscientização sobre o pulmão, vale comentar uma novidade no mundo científico: em maio de 2025, no congresso da American Thoracic Society (ATS), foram publicados os resultados do estudo FIBRONEER™.

Com mais de dois mil pacientes participantes em diversos países, sendo 77 no Brasil, o estudo atingiu seu desfecho primário ao demonstrar que o composto investigacional nerandomilaste foi capaz de reduzir o declínio da função pulmonar em pacientes com FPP e FPI, medido pela capacidade vital forçada (CVF), na semana 52, em comparação com placebo45,46.

Além disso, a molécula demonstrou segurança e tolerabilidade consistentes nos estudos clínicos45,46 e apresentou taxas semelhantes de descontinuação permanente do tratamento em relação ao placebo45,46, demonstrando o potencial de ser um novo aliado no cuidado com os pacientes. Sua aprovação pelo FDA, a agência reguladora dos EUA, deve acontecer ainda este ano. O medicamento também está em análise por agências regulatórias de outros países. É uma notícia animadora e muito aguardada por médicos e pacientes que esperam há anos por um novo rumo no tratamento das doenças.

Finalizo esse artigo com uma mensagem poderosa: na dúvida, investigue os pulmões de seus pacientes. Você pode fazer toda a diferença nesta jornada.

 

 

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Referências bibliográficas

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