A artrite reumatoide (AR), assim como outras doenças reumatológicas, piora os desfechos gravídicos se não tratada. Além desse importante ponto a ser observado em mulheres grávidas, outra preocupação é se as drogas que serão usadas para tratar a condição podem interferir na gravidez ou causar malformações fetais.
Sabe-se que o inibidor do Fator de Necrose Tumoral (TNFi) tem alto poder terapêutico em pacientes fora da gestação. Inúmeros trabalhos também têm mostrado que o TNFi não aumenta a chance de malformações fetais. Esses estudos, entretanto, são conflitantes em complicações de longo prazo, como baixo peso ao nascimento, parto prematuro, cesarianas e pequeno para idade gestacional.
Dando seguimento ao estudo PreCARA (Preconception Counseling in Activa RA) – já publicado em nosso portal -, outro trabalho publicado na Annals of Rheumatological Disease em julho de 2022 avaliou o seguimento de 92 pacientes de uma coorte de 188 (48,9%), que utilizaram TNFi durante a gravidez para tratamento de AR ativa.
Os resultados não mostraram aumento de desfechos desfavoráveis, tais como: baixo peso ao nascimento (< 2500g), cesarianas de emergência, doenças hipertensivas ou malformações. O uso de TNF resultou em menos crianças com peso pequeno para idade gestacional (p=0,05) sem, no entanto, aumentar o índice de grandes para idade gestacional (p=0,73). Na análise multivariada idade materna, uso de TNFi , diabetes mellitus e idade gestacional estiveram relacionados significativamente com o peso ao nascimento.
Mensagem final: esse foi o primeiro estudo que demonstrou que o uso de TNFi elevou o peso ao nascimento dos bebês de mães que tratam AR com TNFi. O mecanismo exato desse ganho de peso e as consequências a longo termo precisam de mais estudos para elucidação.
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