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Reumatologia18 abril 2019

Como prevenir deformidades em lesões de sistema nervoso?

Doenças como esclerose lateral primária e grande parte das lesões encefálicas e medulares se comportam como síndromes do neurônio motor superior.

Por Carmen Orrú

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Doenças como esclerose lateral primária (ELP), paralisia cerebral (PC) e grande parte das lesões encefálicas e lesões medulares se comportam como síndromes do neurônio motor superior. O neurônio motor distribui-se na região anterior da medula e tronco cerebral e realiza a integração de impulsos de origem do sistema nervoso central até junção neuromuscular, organizando a atividade muscular.

Essas patologias caracterizam-se com liberação extrapiramidal, reflexos miotendíneos exaltados, reflexos patológicos e com espasticidade (fenômeno motor involuntário, caracterizado pelo aumento dos reflexos de tônicos de estiramento velocidade-dependente).

Como consequência da espasticidade a longo prazo, ocorrem encurtamentos miotendíneos, retrações musculares, redução da amplitude de movimento e a deformidades. Para prevenção de deformidades, o tratamento na fase aguda e crônica é imperativo. Deve-se indicar cinesioterapia diária (alongamentos suaves e exercícios passivos).

O posicionamento dos membros afetados também é fundamental. Isso é feito isso através das órteses, que são dispositivos, geralmente em material termoplástico pré-moldadas ou sob molde. O objetivo é posicionar o membro ou articulação em neutro, podendo ser usada durante o dia (cerca de seis a oito horas) ou a noite para dormir.

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O tratamento da espasticidade também é importante. Dentre as modalidades, estão eletroterapia com eletroestimulação funcional (FES), cinesioterapia, medicações (baclofeno, gabapentina, tizanidina, benzodiazepínicos), bloqueio neuroquímico com toxina botulínica e fenol, procedimentos neurocirúrgicos (bomba intratecal de baclofeno, rizotomia seletiva), dentre outras.

Se o paciente evoluir para deformidade estruturada, é indicado procedimento cirúrgico, com o objetivo de posicionamento e melhorar a função. Além disso, no manejo desses pacientes, deve-se avaliar qual é a capacidade funcional e o risco-benefício para um procedimento cirúrgico na melhora das atividades básicas e instrumentais de vida diária.

Vale lembrar que como são patologias crônicas, o manejo e prevenção de deformidades deve ser feito por tempo indeterminado. Deve-se mapear a retaguarda de apoio familiar, questões psicológicas e contexto social para garantir a aderência do paciente aos tratamentos propostos.

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Referências:

  • AACD. Reabilitação. 2°. ed. SP: Manole, 2015. 1058 p. v. 1.
  • Hess, M, Gray, D. Spasticity. PM&R Knowledge NOW. 2017. Disponível em: https://now.aapmr.org/spasticity

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