Logotipo Afya
Anúncio
Relacionamento Médico-Paciente6 dezembro 2025

Orientações para proteger as crianças no pico de calor: dicas para o jovem médico

As ondas de calor cada vez mais intensas exigem atenção redobrada à saúde infantil
Por Redação Afya

Com a a COP30, sediada no Brasil em 2025, os impactos das mudanças climáticas voltam ao centro do debate. E, entre os grupos mais vulneráveis aos extremos de temperatura, estão as crianças. Ondas de calor cada vez mais intensas têm colocado em risco a saúde infantil, exigindo atenção redobrada de famílias e profissionais de saúde.

Segundo a pediatra Renata Cruz, os efeitos do calor sobre o organismo infantil são mais severos do que nos adultos. “As crianças, especialmente os bebês, têm maior percentual de água no corpo e perdem líquido mais rapidamente. Elas também nem sempre percebem a necessidade de se hidratar ou os riscos de encostar em objetos superaquecidos, como metais e carros expostos ao sol”, explica.

Entre os principais riscos à saúde infantil durante períodos de calor extremo estão desidratação, insolação, golpe de calor, espasmos musculares, diarreia e descompensações de doenças respiratórias, como a asma. Também há aumento de infecções e até de ferimentos provocados pelo contato com superfícies muito quentes.

O corpo dá sinais de alerta

Os sintomas exigem atenção. Atente-se, jovem médico!

De acordo com a médica, a redução do volume urinário é o principal indicativo de desidratação. Em casos mais graves, a criança pode apresentar sonolência e perda de consciência. Já na insolação, os sinais típicos incluem fraqueza, dor de cabeça, febre alta, tontura, enjoo, vômitos e pele avermelhada e ressecada.

“O calor excessivo afeta diretamente a capacidade do corpo de regular a temperatura interna. Quando isso acontece, o risco de complicações graves aumenta rapidamente, por isso, a observação dos pais é essencial”, alerta Dra. Renata.

Leia mais: Como as mudanças climáticas podem afetar as doenças cardiovasculares

Cuidados que fazem diferença

Algumas medidas simples ajudam a proteger os pequenos. A pediatra recomenda alimentação fracionada, com porções menores e leves, evitando alimentos muito proteicos, que dificultam a digestão. “As roupas devem ser de algodão e mais soltas, e é importante evitar saídas nos horários mais quentes. Dentro de casa, vale abrir janelas no início da manhã e à noite e manter cortinas fechadas nas horas de sol forte”, orienta.

Outro cuidado essencial é não deixar crianças sozinhas em estacionamentos ou veículos, mesmo por poucos minutos. A temperatura interna de um carro fechado pode subir mais de 10°C em apenas cinco minutos, levando ao risco de hipertermia fatal.

Atenção especial aos mais vulneráveis

O cuidado deve ser ainda mais rigoroso com crianças que têm doenças crônicas. “Pacientes com fibrose cística, por exemplo, são particularmente sensíveis ao calor. Nessas situações, reforçar a hidratação e evitar exposição direta ao sol é indispensável”, explica a pediatra.

Escolas também precisam se adaptar

As altas temperaturas interferem diretamente na rotina escolar e nas atividades físicas. “Os ambientes precisam ser ventilados, com acesso constante a água potável e espaços cobertos para recreação”, diz Dra. Renata. Segundo ela, professores e gestores devem estar atentos a sinais de mal-estar e prontos para interromper atividades físicas em dias muito quentes.

Educação e prevenção

Além dos cuidados imediatos, a médica defende que os pais adotem uma postura educativa e preventiva ao longo do ano. “Ensinar as crianças a beber água regularmente, valorizar o uso de transporte ativo, como caminhar e pedalar, e reduzir o consumo de plásticos são atitudes simples, mas poderosas”, afirma.

Para a pediatra, cuidar das crianças também significa prepará-las para compreender e agir diante das mudanças climáticas. “As ondas de calor são só um dos sintomas de um problema maior. Ao incentivar hábitos sustentáveis e cobrar políticas públicas que reduzam emissões, estamos protegendo a saúde delas agora e no futuro”, afirma.

Em tempos em que o clima do planeta muda diante dos nossos olhos, a mensagem é clara: proteger as crianças é proteger o futuro. Isso passa tanto por medidas práticas, como hidratar, vestir adequadamente, garantir sombra e ventilação, quanto por uma nova consciência coletiva sobre o impacto ambiental de nossas ações.

Autoria

Foto de Redação Afya

Redação Afya

Produção realizada por jornalistas da Afya, em colaboração com a equipe de editores médicos.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Relacionamento Médico-Paciente