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Psiquiatria13 fevereiro 2018

Depressão pós-parto grave aumenta risco de desfechos adversos na prole

Um artigo recente do JAMA Psychiatry, publicado no final de Janeiro, investigou os diferentes níveis de severidade da depressão pós-parto e os potenciais efeitos a longo prazo na prole.

Por Vanessa Thees

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A depressão pós-parto está associada a desfechos adversos em crianças. Para a prevenção, é fundamental identificar os indivíduos em maior risco. Um artigo recente do JAMA Psychiatry, publicado no final de Janeiro, investigou os diferentes níveis de severidade da depressão pós-parto e os potenciais efeitos a longo prazo na prole.

A amostra para esse estudo observacional incluiu participantes do Avon Longitudinal Study of Parents and Children in the United Kingdom, totalizando 9.848 mães e 8.287 crianças. Através da Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS), foram definidos três limiares de severidade da depressão pós-parto:

  1. Moderada
  2. Marcada
  3. Grave

A depressão pós-parto foi definida como persistente quando o escore EPDS ficou acima do nível limiar em dois períodos: 2 e 8 meses após o parto. Para cada categoria de gravidade e persistência, foram examinados os seguintes desfechos infantis:

  • Problemas de comportamento aos 3,5 anos;
  • Notas de matemática na escola aos 16 anos;
  • Depressão aos 18 anos.

A idade média no parto foi de 28,5 anos. Entre as crianças, 51% eram do sexo masculino e 49% eram do sexo feminino.

Para refletir: ‘Rastreamento para a depressão pós-parto deve ser feito em todas as gestantes?’

Em comparação com as mulheres com depressão pós-parto não-persistente e as que não obtiveram um escore acima do limite na EPDS para todos os níveis de severidade, as participantes com depressão pós-parto persistente apresentaram sintomas depressivos elevados até 11 anos após o parto.

Persistente ou não, a depressão pós-parto duplicou o risco de problemas de comportamento na criança. O odds ratio (OR) para distúrbio comportamental infantil para mães com sintomas moderados foi 2,22 (IC de 95%: 1,74 a 2,83), marcados de 1,91 (1,36 a 2,68) e graves de 2,39 (IC 95%, 1,78-3,22).

A persistência da depressão grave foi particularmente importante para o desenvolvimento da criança, aumentando substancialmente o risco de problemas comportamentais aos 3,5 anos de idade (OR = 4,84; IC 95%: 2,94 a 7,98), menores notas de matemática aos 16 anos (OR = 2,65; IC de 95%: 1,26 a 5,57) e maior prevalência de depressão aos 18 anos (OR = 7,44; IC de 95%: 2,89 a 19,11).

Conclusões

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que a depressão pós-parto persistente e grave pode dobrar e o risco de desfechos adversos na prole. Por isso, o tratamento para esse grupo deve ser priorizado.

Leia o estudo na íntegra nesse link.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Netsi E, Pearson RM, Murray L, Cooper P, Craske MG, Stein A. Association of Persistent and Severe Postnatal Depression With Child Outcomes. JAMA Psychiatry. Published online January 31, 2018. doi:10.1001/jamapsychiatry.2017.4363

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