Pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, criaram e estão conduzindo estudos com um aplicativo de triagem, chamado de SenseToKnow, baseado em inteligência artificial para detecção de autismo em crianças de até três anos de idade.
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Funcionamento
O aplicativo instalado em tablets funciona através da coleta de dados de comportamento gerados a partir da interação da criança com o programa. Utilizando as funcionalidades presentes no tablet, informações sobre expressão e reconhecimento fácil, posicionamento e movimentação da cabeça e dos olhos, responsividade entre outros traços comportamentais são analisados, assim, de acordo com os pesquisadores, ele é capaz de predizer a probabilidade de diagnóstico de autismo na criança.
Para a Geraldine Dawson, diretora do Duke Center for Autism and Brain Development, e uma das autoras do estudo sobre o aplicativo, “O autismo é caracterizado por muitos comportamentos diferentes e nem todas as crianças no espectro os apresentam do mesmo modo, ou se quer apresentam. Esta ferramenta de triagem captura um leque amplo de comportamentos que refletem com maior precisão a complexidade e a variabilidade encontradas no autismo”.
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Estudo recente
Nos primeiros dados publicados de um estudo de coorte que contou com 475 crianças de 17 a 36 meses de idade, 49 das quais foram diagnosticadas com autismo posteriormente e 98 com algum atraso de desenvolvimento sem ligação com autismo. Tomaram parte do estudo 269 meninos e 206 meninas, o aplicativo não teve resultados significativamente diferentes entre os subgrupos de sexo, raça ou etnicidade.
O aplicativo SenseToKnow demonstrou uma sensibilidade de 87,8% na detecção do Transtorno do Espectro do Autista (TEA) e especificidade de 80,8%.
De acordo com os responsáveis, os participantes que tiveram resultado positivo para autismo na triagem pelo aplicativo tinham 40,6% de chances de serem diagnosticados com a condição, quando utilizados os questionários padrões voltados para os pais, a probabilidade é de por volta de 15%. A combinação do aplicativo de triagem com o questionário aumentou essa probabilidade para 63,4%.
“Assim como quando qualquer paciente vai ao médico, o médico o ouve descrever pelo que está passando, mas também usa termômetros e outros testes objetivos para fornecer informações adicionais a fim de orientar os próximos passos e encaminhamentos para avaliações adicionais. Tais testes objetivos têm faltado para o autismo”, complementou a Dra. Geraldine Dawson.
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