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Pneumologia2 junho 2023

Por que também devo considerar a DPOC na minha prática clínica?

Apesar de prevalente, o diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é frequentemente tardio, sendo fundamental incentivar a discussão sobre essa patologia.

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Chiesi de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma patologia complexa que atinge cerca de 10% da população mundial. [1] Estima-se que em 2012, cerca de 3 milhões de pessoas morreram da doença [2], sendo considerada a terceira principal causa de morte no mundo. [1]

É uma doença inflamatória crônica das vias aéreas definida pela presença de limitação permanente ao fluxo de ar associado à sintomatologia respiratória como tosse, expectoração, presença de muco, chiado e dispneia. [3] É o resultado da interação entre a exposição ambiental, tempo, e a carga genética de cada indivíduo, apresentando um comportamento insidioso e progressivo. [4] É considerada uma doença prevenível e tratável, de forma que a identificação das pessoas sob risco, permite um diagnóstico mais precoce e melhores intervenções terapêuticas. [5] Além disso, são indivíduos cronicamente inflamados que possuem maior risco de desenvolver mais de uma comorbidade, principalmente por estar associado ao tabagismo.

Ouça também: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: diagnóstico e tratamento [podcast]

Por que também devo considerar a DPOC na minha prática clínica

Fatores de risco para DPOC

O maior fator de risco ainda é o cigarro [6], embora evidências atuais ressaltem a importância da DPOC em não tabagistas devido à exposição ambiental. [7] A relação entre envelhecimento, susceptibilidade genética e exposição ambiental criam o cenário propício ao desenvolvimento da DPOC. [8] Apesar de acometer o pulmão, é uma doença sistêmica definida por um processo inflamatório crônico, o qual agrava e acelera a arteriosclerose e a resistência insulínica. [9] Por conseguinte, outras comorbidades acabam por desempenhar um papel central no prognóstico desses pacientes. [9] As principais comorbidades associadas são hipertensão arterial, dislipidemia, doença cardiovascular, diabetes melitus, osteoporose e sarcopenia. [10]

A prevalência de insuficiência cardíaca e DPOC nas coortes estudadas variam de 5 a 24% dos pacientes. [9] Logo, os pacientes com DPOC são encontrados em ambulatórios de outras especialidades que não a pneumologia, sendo fundamental a investigação para um diagnóstico não somente diferencial como também concomitante a outros que possam estar presentes. [11]

A DPOC apresenta alta prevalência em diversas coortes. Embora seu diagnóstico seja simples, a partir de uma espirometria, com frequência há pacientes de risco que não são diagnosticados, com taxas variando de 56 a 86%, de acordo com a coorte analisada. [12] No Brasil, estima-se que 6 milhões de pessoas têm DPOC, porém apenas 12% têm o diagnóstico. [13] Estima-se que o diagnóstico da DPOC seja tardio em cerca de 85% dos casos, perdendo-se a chance de tratamento e de evitar exacerbações, a qual é a principal forma de perda da função pulmonar. [14]

Progressão da doença

O quadro clínico geralmente se apresenta por dispneia progressiva, com intolerância aos esforços, associada a tosse e expectoração frequente. A tosse crônica, por exemplo, não somente é um dos sintomas cardinais da DPOC. Ela também é uma das principais responsáveis pela precária qualidade de vida dos pacientes. Sua presença gera isolamento social, depressão e redução da capacidade laborativa. [15]

A DPOC engloba diversas apresentações como o enfisema e a bronquite. Com frequência, os pacientes apresentam as duas condições, podendo variar em gravidade e em sintomatologia. A bronquite crônica corresponde à presença de tosse e de secreção, gerados pela hiperprodução de muco secundário à hiperplasia das células de Goblet do epitélio respiratório, atingindo os brônquios e bronquíolos. Já o enfisema é uma condição na qual os septos alveolares são destruídos como resultado da exposição à fumaça de cigarro, gases irritantes e material particulado.

Frente à suspeição do diagnóstico, a espirometria é a peça principal para confirmá-la. A partir de uma manobra de expiração forçada, consegue-se avaliar o volume expirado no primeiro segundo (VEF1) e a capacidade vital forçada (CVF). A relação entre os dois, após a prova broncodilatadora, define a presença de distúrbio ventilatório obstrutivo, caso essa relação seja menor que 0,7. [4] Além disso, ainda permite classificar em graus de gravidade, a partir dos valores de VEF1 obtidos. Embora não seja de alto custo, é evidente na prática clínica, que a solicitação de espirometria ocorre aquém do que se deveria. [14, 16] Diversas são as justificativas, mas indubitavelmente a falta de acesso e a baixa confiabilidade na interpretação dos dados contribuem bastante para essa lacuna. [17]

Mensagem final

Nos últimos anos, a facilidade de utilização das terapias inalatórias trouxe um grande avanço na abordagem terapêutica do paciente com DPOC. Embora avanços tenham acontecido, inevitavelmente, a principal estratégia para redução de mortalidade recai no diagnóstico precoce, permitindo intervenção no estilo de vida, cessação do tabagismo e prevenção de exacerbação. Dessa forma, é fundamental que o diagnóstico da DPOC não fique restrito apenas ao pneumologista. Afinal, o paciente tabagista ou ex-tabagista, com ou sem sintomas respiratórios, está presente no consultório do cardiologista, do clínico geral e do endocrinologista, entre outras especialidades. Somente com a pesquisa ativa e o diagnóstico precoce, pode-se desacelerar efetivamente a perda de função pulmonar, evitando um pior desfecho e melhorando a qualidade de vida do paciente.

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Referências bibliográficas

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