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Pneumologia22 maio 2024

ATS 2024: Diagnóstico precoce de asma e DPOC impactam a qualidade de vida? 

O Dr. Shawn D. Aaron apresentou os resultados de um programa de diagnóstico e tratamento precoces de pacientes com sintomas respiratórios.

Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) são duas doenças com elevada prevalência mundial. Estima-se que cerca de 10% da população tenha DPOC, enquanto 1 a cada 12 pessoas tem asma, apenas nos Estados Unidos. Embora prevalente, não há programa de rastreio, nem de asma, nem de DPOC, sendo frequente encontrar pacientes não diagnosticados na prática clínica. 

Essa população apresenta sintomas de dispneia, tosse e dor torácica, com impacto não somente na qualidade de vida, como também na capacidade laborativa. Nesse cenário, durante a ATS 2024, Dr. Shawn D. Aaron apresentou os resultados do programa de diagnóstico e tratamento precoces de pacientes com sintomas respiratórios (UCAP trial) realizado no Canadá. 

A discussão 

O estudo utilizou um método de identificação de casos, o qual difere do método de rastreio tradicional. No estudo, os pacientes foram ativamente buscados por meio de ligações telefônicas e identificados a partir da presença de sintomas respiratórios. Cerca de 26 mil indivíduos sinalizaram que eram sintomáticos. Desse grupo, 2857 foram elegíveis para o estudo, sendo submetidos à espirometria. No total, 9% foram diagnosticados com asma e 11% com DPOC. 

Após o diagnóstico, 508 adultos foram randomizados em dois grupos: controle, o qual consistiu no cuidado convencional, ou intervenção, o qual consistiu na avaliação pelo especialista. Os grupos eram bem equilibrados, compostos principalmente por homens, com idade média de 63 anos. 

O desfecho primário desse trabalho foi a taxa de hospitalização ou idas à emergência por exacerbação da doença. Os desfechos secundários avaliaram qualidade de vida e função pulmonar. No grupo controle, cerca de 36% dos participantes não receberam tratamento, embora tivessem sido diagnosticados com DPOC ou asma. No grupo intervenção, cerca de 7% não recebeu nenhuma medicação inalatória. É importante ressaltar que por questões éticas, uma vez sendo pacientes sintomáticos, todos souberam do diagnóstico antes da randomização. 

A taxa anual de utilização dos serviços de saúde por exacerbação foi menor no grupo intervenção, sendo estatisticamente relevante. Além disso, na análise secundária, o grupo intervenção também obteve melhorias na qualidade de vida. Entretanto, é interessante apontar que no grupo controle também houve benefício nesse quesito. Ou seja, independente de ser visto ou não por um especialista, o acesso ao diagnóstico permitiu que os pacientes tivessem melhora da qualidade de vida. 

ATS 2024: Uma nova era no tratamento da DPOC

Considerações 

Esse trabalho demonstrou que é possível diagnosticar pacientes com asma ou DPOC a partir da identificação dos sintomáticos respiratórios e que o acompanhamento especializado permitiu melhorias na qualidade de vida e na função pulmonar. É claro que na vida real, não é viável que todos sejam vistos por um pneumologista. Contudo, não é necessário. O mais importante é o acesso ao diagnóstico, permitindo intervenções no dia-a-dia e melhorias na qualidade de vida. 

Mensagem final 

  • Asma e DPOC são doenças muito prevalentes;
  • É fundamental que pacientes sintomáticos respiratórios sejam investigados para a possibilidade de Asma ou DPOC; 
  • Identificar sintomáticos respiratórios de forma ativa permite diagnosticar pacientes; 
  • O diagnóstico modificou a qualidade de vida.

Confira os destaques do ATS 2024 aqui!

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Referências bibliográficas

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