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Pediatria13 outubro 2023

Tipos de desidratação em crianças: você sabe manejar?

Em nossa publicação semanal do Whitebook, saiba definir os tipos de desidratação em pacientes pediátricos.
Por Redação Afya

Você sabe como manejar o paciente pediátrico em desidratação? O modo de fazer hidratação pediátrica depende do estado clínico e de hidratação do paciente. Sempre que possível, devemos permitir que o paciente tenha livre acesso à água filtrada ou mineral para que o mesmo consiga controlar sua ingestão hídrica.

No Whitebook Clinical Decision, você encontra essa abordagem completa em Início > Condutas Pediátricas > Emergências Pediátricas > Hidratação Pediátrica. Acesse já!

Leia também: Hipertermia em crianças: febre ou insolação?

Em relação ao déficit de água:

  1. Ausente;
  2. Leve ou de 1º grau: Perdas < 5% do peso em lactente e < 3% em crianças e adultos;
  3. Moderada ou de 2º grau: Perdas de 5% a 10% do peso em lactentes e 3% a 6% em crianças e adultos;
  4. Grave ou de 3º grau: Perdas > 10% do peso e > 6% em crianças e adultos.

Desidratação hipotônica ou hiponatrêmica:

  • É a forma mais grave de desidratação na pediatria;
  • Geralmente causada por diarreia e vômitos;
  • Há diminuição do sódio no LEC e entrada de água para o LIC;
  • Na+sérico < 135 mEq/L;
  • Osmolaridade plasmática < 280 miliosmol/L;
  • Perda de eletrólitos é maior do que a de água;
  • Há sinais de espoliação do LIV, com oligúria/anúria e choque, além de espoliação do LIT;
  • Representada pelo turgor pastoso;
  • Muitas vezes a criança não tem sede, recusando água.

Desidratação isotônica ou isonatrêmica:

  • É a forma mais comum de desidratação na pediatria (70-90% dos casos);
  • Geralmente causada por diarreia aguda e vômitos;
  • Há diminuição do LEC, sem alteração do LIC e da pressão osmótica;
  • Na+sérico de 135-145 mEq/L;
  • Sem gradiente osmótico entre os compartimentos intra e extracelular;
  • Osmolaridade plasmática 280-310 mOsm/L;
  • Há sinais de espoliação do LIV (inquietação, prostração, alteração do estado geral, ansiedade, choque, palidez) e do LIT (perda de peso, olhos encovados, sinal da prega, fontanela deprimida, mucosas secas).

Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica:

  • É a forma mais rara de desidratação na pediatria (5-10% dos casos);
  • Geralmente causada por diabetes insipidus e causas iatrogênicas (reposição com soluções hipertônicas e abuso de diuréticos osmóticos);
  • Há maior perda hídrica do que de eletrólitos, maior concentração de sais no LEC e saída de água do LIC;
  • Na+sérico > 145 mEq/L;
  • Osmolaridade plasmática > 310 mOsm/L;
  • Pode haver sinais neurológicos por desidratação neuronal simulando meningite, o que indica a realização de punção lombar.
Avaliação do Grau de Desidratação
ExameLeve (< 5% do peso em lactente; < 3% em crianças e adultos)Moderada (5-10% do peso em lactente; 3-6% em crianças e adultos)Grave (> 10% do peso em lactentes e > 6% em crianças e adultos)
Nível de consciênciaAlertaNormal, fadigado, cansado ou irritadoLetárgico ou inconsciente
OlhosNormaisFundosMuito fundos e secos
LágrimasPresentesAusentesAusentes
Mucosa oralÚmidaSecaMuito seca
SedeBebe normal, pode recusar líquidosSedento, bebe rápidoBebe mal ou não é capaz de beber
Sinal da pregaDesfaz rápidoDesfaz lentoDesfaz muito lentamente (> 2 segundos)
Pulso/
diurese
Cheio e pode estar rápido/
diminuída
Rápido, fraco/
diminuída ou ausente
Muito fraco ou ausente/
ausente
Déficit de líquido estimado< 50 mL/kg50 a 100 mL/kg> 100 mL/kg

Tabela adaptada do livro Nelson – Textbook of Pediatrics (20th ed.).

Classificado conforme presença de ≥ 2 sinais do pior grupo que se encaixar. Reavaliar constantemente o paciente.

 

Quer saber os planos A, B e C para desidratação pediátrica? Acesse no Whitebook!

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