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Pediatria8 março 2017

Overtreatment, Overdiagnosis e Overutilization em pediatria: cada vez mais comum

Embora grande parte da atenção tenha se concentrado nos cuidados para adultos, as crianças também são prejudicadas pelo excesso.

Por Vanessa Thees

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

O desafio #1 da Saúde no século XXI é o controle dos custos para que a Medicina possa continuar evoluindo de maneira sustentável, aumentando a sobrevida, curando doenças “incuráveis” e permitindo maior qualidade de vida para as pessoas. Um dos grandes pontos que devemos atacar é o Overtreatment – excesso de tratamento -, o Overdiagnosis – excesso de diagnóstico – e Overutilization – excesso de uso.

Embora grande parte da atenção recente tenha se concentrado nos cuidados de saúde para adultos, as crianças também são prejudicadas pelo excesso de diagnóstico, de uso e de tratamento.

Pediatrics fez uma revisão de artigos importantes sobre essa questão publicados no ano de 2015. Os textos foram avaliados de acordo com a qualidade dos métodos, a magnitude do efeito clínico e o número de pacientes potencialmente afetados, e classificados em overdiagnosisovertreatment e overutilization. As principais informações encontrados em cada ponto foram:

medico em consulta com paciente pediatrico

Overdiagnosis

Os achados incluíram provas de overdiagnosis de hipoxemia em crianças com bronquiolite e fraturas de crânio em crianças que sofreram lesões menores na cabeça.

Overtreatment

Os resultados incluíram evidências de que:

  • até 85% das crianças hospitalizadas com pneumonia podem não ter uma etiologia bacteriana;
  • muitas crianças estão recebendo antibioticoterapia intravenosa prolongada para osteomielite, embora a terapia oral seja igualmente eficaz;
  • medicação antidepressiva para adolescentes e nebulização com solução salina hipertônica para bronquiolite parecem ser ineficazes;
  • e os limiares para o tratamento da hiperbilirrubinemia podem ser muito baixos.

Overutilization

Os achados sugeriram que:

  • a triagem da circunferência da cabeça não é nem sensível e nem específica para transtornos neurocognitivos, e sua frequência poderia ser relaxada;
  • grandes reduções nos exames de TC abdominal para apendicite parecem ter sido seguras e eficazes;
  • e a dependência excessiva dos níveis de proteína C-reativa na sepse neonatal de início precoce parece prolongar o tempo de permanência no hospital.

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Dra. Ana Carolina Pomodoro, pediatra e colunista da PEBMED, fala mais sobre a questão do Overtreatment e Overdiagnosis:

“Ainda vemos, no dia a dia da prática pediátrica, a preocupação tanto de profissionais quanto de responsáveis em querer determinar diagnósticos em praticamente todas as situações. Com isso, submetemos nossas crianças a um excesso de diagnóstico, de uso e de tratamento.

Coon et al publicaram no Pediatrics uma revisão da literatura sobre esse assunto, e ressaltaram que o excesso de uso do cuidado médico pode trazer danos para o paciente, e nem sempre encontrar anormalidades traz benefícios para este. Um dos objetivos desse estudo foi tentar ajudar os médicos a terem mais cautela no seu cuidado com o paciente, ficando aptos a fazer menos mas com segurança.”

Referências:

  • Update on Pediatric Overuse. Eric R. Coon, Paul C. Young, Ricardo A. Quinonez, Daniel J. Morgan, Sanket S. Dhruva, Alan R. Schroeder. Pediatrics Jan 2017, e20162797; DOI: 10.1542/peds.2016-2797

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