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Pediatria25 novembro 2025

Manejo de bradicardia com pulso em Pediatria

Novas diretrizes de SAVP 2025 atualizam o manejo das bradicardias pediátricas, reforçando avaliação ABCDE, identificação de causas e intervenções como adrenalina e atropina.

As novas diretrizes de Suporte Avançado de Vida Pediátrico (SAVP) da American Heart Association junto com a American Academy of Pediatrics publicadas em outubro de 2025 na Circulation  revisaram o manejo das bradicardias com pulso com manutenção das recomendações anteriores que descreveremos neste artigo. 

Divisão das vítimas em Suporte Avançado de Vida Pediátrico 

Em Suporte Avançado de Vida Pediátrico, dividimos as vítimas em:  

  1. Bebês, que são os menores de 1 ano de idade; 
  2. Crianças, que são as vítimas a partir de 1 ano de idade até antes de entrada na puberdade, que em SBV é definida por presença de algum desenvolvimento mamário nas meninas (o mamilo deixa de ser plano), e presença de pêlos axilares nos meninos; 
  3. Adultos, que são as vítimas que já entraram na puberdade. 

Abordagem inicial 

Diante de paciente com bradiarritmia com pulso, avalie se há comprometimento cardiopulmonar (alteração de estado mental, sinais de choque e∕ou hipotensão arterial).  

Se não houver comprometimento cardiopulmonar, identifique e trate causas subjacentes, forneça tratamento de suporte para paciente grave seguindo o ABCDE (abertura de vias Aéreas, Boa ventilação, Circulação, Déficit neurológico e Exposição) , avalie suplementar oxigênio, avalie ECG de 12 derivações e  observe clinicamente. 

As possíveis causas subjacentes de bradicardia que devem ser identificadas e tratadas são: 

  • Hipotermia; 
  • Hipóxia; 
  • Toxinas∕medicamentos; 
  • Hipertensão intracraniana; 
  • Tônus vagal aumentado; 
  • Bloqueio atrioventricular; 
  • Fisiológica. 

Se já tiver ou evoluir com comprometimento cardiopulmonar, forneça: 

  • Tratamento de suporte para paciente grave seguindo o ABCDE, mantenha via Aérea patente, promova ventilação com pressão positiva e forneça oxigênio se necessário; 
  • Acople o monitor cardiorrespiratório; 
  • Monitore o pulso. 

Se a bradicardia persistir com comprometimento cardiopulmonar, inicie RCP se frequência cardíaca (FC) <60bpm, obtenha acesso endovenoso (EV) ou intraósseo (IO): 

  • Adrenalina 1mg∕mL solução injetável ->  dose 0,01mg∕kg∕dose EV∕IO. Preparar solução de 1mL de adrenalina +9mL de SF0,%  fazer dose= (peso∕10) da solução diluída (máximo 1mg∕dose=10mL da solução diluída=1mL da adrenalina pura); 
  • Se houver tônus vagal aumentado ou bloqueio atrioventricular de 1º grau, fazer Atropina EV∕IO (0,25mg∕mL ou 0,5mg∕mL solução injetável), que é um agente vasolítico, cuja dose é 0,02mg∕kg∕dose. Pode repetir uma vez. Dose mínima 0,1mg∕dose e dose máxima 0,5mg∕dose; 
  • Identifique e trate causas subjacentes; 
  • Considere marcapasso transvenoso ou transtorácico; 
  • Se deixar de ter pulso, seguir algoritmo de Parada Cardiorrespiratória pediátrico. 

Autoria

Foto de Renata Carneiro da Cruz

Renata Carneiro da Cruz

Editora médica de Pediatria da Afya ⦁ Mestre em Saúde Materno-Infantil pela UFRJ ⦁ Residência em Pediatria Geral pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Residência em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) ⦁ Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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Referências bibliográficas

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