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Pediatria11 abril 2019

EuroElso 2019: importância do monitoramento da hemostasia

Para equilibrar o risco de sangramento versus trombose de circuito durante a ECMO, é importante monitorar anticoagulantes e hemostasia. Saiba mais:

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O EuroELSO é a versão europeia da Extracorporeal Life Support Organization (ELSO) e foi criado em 1989 nos Estados Unidos. O objetivo do congresso é agrupar profissionais e cientistas da área da saúde que se dedicam ao desenvolvimento e avaliação de novas terapias utilizando oxigenação por membrana extracorpórea (extracorporeal membrane oxygenation – ECMO) na Europa.

A ECMO é utilizada para insuficiência respiratória e cardíaca em crianças, mas pode apresentar complicações relevantes, como sangramento e trombose. Para equilibrar o risco de sangramento versus trombose de circuito durante a ECMO, é importante monitorar anticoagulantes e hemostasia.

Um dos estudos destacados no EuroELSO 2019 foi o Monitoring Hemostasis During Extracorporeal Life Support, recém publicado online por Saifee et al. Neste estudo, os autores avaliaram o tempo de atividade de protrombina (TAP), o tempo de tromboplastina parcial (PTT), o tempo de coagulação ativado (TCA) e a correlação da atividade do antifator Xa da heparina (aXa) com mudanças no fator de coagulação e nos níveis de heparina usando amostras in vitro e in vivo. A aXa correlacionou-se com heparina (r2 = 0,97) e antitrombina (r2 = 0,98), mas não foi afetada por outros parâmetros.

O TAP correlacionou-se com fatores de coagulação (r2 = 0,88), mas foi minimamente afetado pela heparina ou outros parâmetros. Quando parâmetros únicos foram alterados, o TCA foi insensível a <0,5 U/mL de heparina, correlacionado com fatores de coagulação (r2 = 0,93), e foi afetado pelo fator XII e plaquetas. Quando múltiplos parâmetros mudaram in vitro e in vivo, o TCA não se correlacionou com heparina ou fatores de coagulação. O PTT correlacionou-se com heparina e fatores de coagulação individualmente, mas teve baixa correlação quando múltiplos parâmetros foram alterados in vitro e in vivo.

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Em conclusão, de acordo com os autores, o aXa é o mais específico para os níveis de heparina e o TAP é mais específico para os níveis de fatores de coagulação, tornando esses ensaios bem adequados para monitorar a anticoagulação e a hemostasia em pacientes em ECMO. O PTT é altamente variável quando diversos parâmetros estão mudando in vitro e in vivo, mas pode ser útil quando a aXa não pode ser usado por causa de interferência. O TCA, segundo os autores, é muito insensível à heparina, sensível a muitos outros fatores, e muito impreciso para monitorar a hemostasia durante a ECMO. Estes achados enfatizam a importância da monitoração da aXa, mas deixam em aberto a seguinte questão: seria então o momento de se abandonar o TCA?

Apesar das controvérsias da literatura, o TCA é bastante utilizado e, em crianças, de modo geral, deve ser mantido entre 180 a 220 segundos. No entanto, em caso de sangramentos mais vultuosos, um limiar mais baixo pode ser tolerado de forma individualizada.

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