O que é e o que não é craniossinostose? Como suspeitar e diagnosticar
Quanto mais tardiamente a criança for tratada para craniossinostose, mais difícil será a sua correção, além do risco da hipertensão intracraniana.
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A craniossinostose é uma doença decorrente do fechamento precoce de uma ou mais suturas cranianas causando deformidades cranianas.
Um problema frequente é o aparecimento tardio de crianças com craniossinostose no consultório da neurocirurgia pediátrica com idade em torno de um ano, ou muitas vezes mais velhas, enquanto o tratamento ideal deveria ter sido instituído entre seis e nove meses, ou mesmo mais precocemente. Muitas vezes a questão passa desapercebida por pediatras, e familiares acabam por desconfiar já em período mais tardio. Uma avaliação simples seria o bastante para descartar qualquer normalidade. O diagnóstico tardio acaba dificultando o tratamento cirúrgico.
Alguns alarmes falsos também existem, por exemplo: após recomendação adotada pela Sociedade Americana de Pediatria de posicionar a criança em decúbito dorsal para diminuir o risco de morte súbita, as queixas de crianças com alteração no formato do crânio aumentaram muito. No entanto, neste caso especificamente não se trata de craniossinostose, pois na maioria das vezes, não ocorre nenhum fechamento precoce de sutura, e sim um vício de posição que causa uma alteração chamada “Sutura Lambdoide Preguiçosa”, que pode ser corrigida orientando-se os pais a posicionar a cabeça da criança para o lado oposto ao da alteração. Tratamento alternativo consiste no uso de capacete, porém cuja utilidade ainda é muito discutida, devido ao alto custo e longa duração de uso. Por isso, torna-se importante a correta orientação dos pais.
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Outra queixa frequente é a dita “moleira fechada”. No entanto, o que se deve ter em mente, é que é comum não conseguirmos palpar as fontanelas anterior e, principalmente, a posterior. Mas isso não significa, necessariamente, que há uma craniossinostose. Em casos de suspeita ou dúvida diagnóstica, o exame mais indicado é o exame de ultrassonografia transfontanela e de suturas, o pode identificar qualquer alteração que necessite posterior avaliação pela neurocirurgia. Não há indicação para radiografia ou tomografia de crânio.
Portanto, frisamos que o mais importante é o diagnóstico precoce, a partir de uma suspeita ao exame clínico, uma boa anamnese e a indicação correta de ultrassonografia para os casos suspeitos.
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