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Pediatria14 novembro 2025

COBRAPEM 2025 – Não resposta ao GH e à Levotiroxina: o que pensar?

No COBRAPEM 2025, especialistas debateram a variabilidade na resposta ao GH e desafios no tratamento do hipotireoidismo com levotiroxina em crianças.
Por Amanda Neves

O 16° Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia (COBRAPEM) está sendo realizado na cidade do Recife, entre os dias 12 e 15 de novembro, reunindo renomados especialistas nacionais e internacionais. 

A mesa-redonda intitulada “Quando o hormônio cala, a literatura fala” realizada no dia 13 de novembro promoveu discussões relevantes acerca do mau respondedor ao hormônio de crescimento (GH) e das falhas terapêuticas no tratamento do hipotireoidismo com a levotiroxina. 

O Dr. Luís Fernando abriu o debate com a apresentação “GH — identificando o não respondedor: critérios, marcadores clínicos e laboratoriais”. Em sua exposição, destacou a ampla variabilidade interpessoal na resposta ao tratamento com GH, decorrente tanto da sensibilidade individual ao hormônio quanto ao seu principal mediador, o IGF-1. Ressaltou, ainda, que a resposta terapêutica no primeiro ano constitui um importante preditivo de ganho estatural final, sendo os pacientes com deficiência de GH aqueles que geralmente apresentam melhor resposta. 

No que se refere ao mau respondedor, o palestrante enfatizou que ainda não há consenso sobre sua definição. Além disso, parâmetros isolados — como idade cronológica, velocidade de crescimento pré-tratamento, estatura parental, estado nutricional e níveis basais de IGF-1 — não se mostram suficientes para caracterizá-lo de forma conclusiva. Contudo, apontou que um aumento inferior a 40% do IGF-1 após três meses de tratamento sugere resposta inadequada. Destacou ainda a importância de ajustar a dose do GH conforme a etiologia da baixa estatura. 

Hipotireoidismo que não responde à levotiroxina: o que pode ser? 

Na apresentação “Hipotireoidismo que não responde à levotiroxina: o que pode ser?”, a Dra. Júlia Constança discutiu potenciais causas de refratariedade ao tratamento. Enfatizou que, antes de iniciar uma investigação aprofundada, é imprescindível avaliar, junto ao paciente e sua família, fatores como: adesão ao tratamento, modo de administração e armazenamento da medicação, uso concomitante de fármacos capazes de interferir na absorção da levotiroxina, distúrbios de má absorção intestinal, entre outros. 

O hipotireoidismo refratário foi caracterizado pela manutenção de níveis de TSH acima do limite superior da referência, com ou sem persistência dos sintomas clínicos, seis semanas após o último aumento da dose, estando esta no limite superior recomendado para a faixa etária. 

Nesse contexto, é importante lembrar que o tratamento adequado do hipotireoidismo requer acompanhamento médico regular, com ajuste periódico da dose e monitorização dos hormônios tireoidianos. Isso porque, o hipotireoidismo não tratado pode prejudicar o crescimento, a puberdade e o desenvolvimento neuropsicológico, além de, na maioria dos casos, demandar tratamento ao longo de toda a vida. 

Confira os destaques do COBRAPEM 2025!

Autoria

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Amanda Neves

Editora médica assistente da Afya ⦁ Residência de Pediatria pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ⦁ Graduação em Medicina pela UFPE

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