Na mesa-redonda intitulada “Tireoide em debate: diagnosticar, tratar ou observar?”, realizada durante o 16º Congresso Brasileiro de Pediatria em Endocrinologia e Metabologia (COBRAPEM 2025), a Dra. Kassie Regina falou sobre o hipotireoidismo subclínico.
Inicialmente, destacou que essa condição é caracterizada por TSH acima do limite superior da faixa de referência, associado à concentração normal de T4 livre, sendo considerada leve quando o TSH é inferior a 10 mUI/mL.
Apesar do baixo risco de evolução para o hipotireoidismo clínico, pontuou que fatores como: bócio, níveis altos de hormônios antitireoidianos, TSH inicial superior a 7,5 mUI/mL, sexo feminino, doença celíaca e aumento progressivo dos hormônios antitireoidianos e do TSH, configuram-se como preditores de evolução para disfunção tireoidiana.
Ressaltou, neste contexto, que as crianças acima de 3 anos com hipotireoidismo subclínico leve e de causa idiopática não requerem tratamento inicialmente. Contudo, devem ser acompanhadas atentamente, com monitorização clínica e laboratorial dos hormônios tireoidianos a cada 3 a 6 meses por dois anos, e, posteriormente, de forma anual. Além disso, enfatizou que o tratamento deve ser considerado em pacientes com hipotireoidismo subclínico que apresentem: idade inferior a 3 anos, etiologias autoimunes (principalmente nas síndromes de Down ou de Turner), TSH em elevação ou superior a 10 mUI/mL, bócio, manifestações clínicas de hipotireoidismo e/ou alterações metabólicas pró-aterogênicas.
Por fim, concluiu a sua apresentação ressaltando a importância do acompanhamento das crianças com hipotireoidismo subclínico a fim de assegurar a identificação precoce daquelas que possam vir a se beneficiar de intervenção terapêutica.
Autoria

Amanda Neves
Editora médica assistente da Afya ⦁ Residência de Pediatria pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ⦁ Graduação em Medicina pela UFPE
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.