O 16° Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia (COBRAPEM) está sendo realizado na cidade do Recife, entre os dias 12 e 15 de novembro, reunindo renomados especialistas nacionais e internacionais.
O congresso iniciou com uma conferência internacional conduzida pelo Dr. Aaron S. Kelly sobre os avanços no manejo farmacológico da obesidade.
Sabe-se que a obesidade é uma doença crônica de etiologia multifatorial resultante do balanço energético positivo (relação ingestão x gasto calórico) na qual há o acúmulo de tecido adiposo.
No que concerne ao tratamento, os seus pilares são a abordagem dietética e a atividade física. Cabe ressaltar que se a etiologia for endógena, a doença de base deve ser tratada.
Em relação aos medicamentos, estes são reservados para situações específicas. Embora os agonistas do receptor de GLP-1, como a semaglutida e a tirzepatida, sejam amplamente empregados no tratamento de adultos, no Brasil seu uso pediátrico é restrito: a semaglutida é autorizada apenas para maiores de 12 anos, enquanto a tirzepatida é indicada apenas para maiores de 18 anos. Esses fármacos atuam retardando o esvaziamento gástrico e promovendo sensação de saciedade, o que regula o apetite e contribui para a redução do peso corporal.
Na sequência, foi realizada uma miniconferência ministrada pela Dra. Karen Heath, que abordou a deficiência do gene SHOX. Sabe-se que alterações no gene SHOX estão associadas ao desenvolvimento de baixa estatura, e que o diagnóstico precoce e preciso permite a indicação do tratamento com hormônio do crescimento, além do aconselhamento genético familiar oportuno.
Entre as características clínicas sugestivas dessa deficiência destacam-se: baixa estatura desproporcional, encurtamento mesomélico dos membros (encurtamento do segmento médio das extremidades: perna e antebraço) e a deformidade de Madelung, caracterizada por um alinhamento anormal do rádio, ulna e ossos do carpo no punho.
Confira os destaques do COBRAPEM 2025!
Autoria
Amanda Neves
Editora médica assistente da Afya ⦁ Residência de Pediatria pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ⦁ Graduação em Medicina pela UFPE
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