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Pediatria23 julho 2019

Análise dos fatores de risco para mortalidade neonatal no Brasil

Segundo a UNICEF, o primeiro mês de vida é um período crucial para o RN. No Brasil, a mortalidade neonatal atingiu 2,5 milhões de RN em 2017.

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Segundo o último relatório sobre mortalidade infantil, publicado em 20 de fevereiro de 2018 pela United Nations Children’s Fund (UNICEF), o primeiro mês de vida é o período mais crucial para a sobrevivência infantil.

O óbito neonatal é definido como a morte de um neonato antes de 28 dias de vida completos. No mundo todo, estima-se que 2,5 milhões de neonatos morreram no primeiro mês de vida somente em 2017 – aproximadamente 7.000 por dia.

No Brasil, a mortalidade neonatal correspondeu a nove mortes neonatais para cada 1.000 nascidos vivos no ano de 2016, uma diminuição expressiva comparada ao ano de 1990, quando o valor era de 25 mortes neonatais para cada 1.000 nascidos vivos. Apesar dessa diminuição, ainda é bastante elevada e diferente entre as regiões do país.  

Recente revisão sistemática e metanálise de estudos observacionais avaliou quais fatores de risco se associam com a mortalidade neonatal no Brasil de forma significativa. O estudo, publicado em junho pelo Jornal de Pediatria, objetivou também construir uma análise abrangente sobre a mortalidade de recém-nascidos (RN) no país.

Veloso e colaboradores (2019) avaliaram os estudos observacionais sobre mortalidade neonatal realizados em cidades brasileiras entre 2000 e 2018.  Foram usadas as bases Medline, Elsevier, Cochrane, Lilacs, SciELO e OpenGrey. A Escala Newcastle-Ottawa foi aplicada para a análise qualitativa.

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Para a análise quantitativa, logaritmos naturais das medidas de risco e de seus intervalos de confiança (IC), o método de DerSimonian e Laird como modelo de efeitos aleatórios e o modelo de Mantel-Haenszel para estimativa da heterogeneidade foram utilizados. A análise qualitativa resultou em seis estudos de baixo risco de viés e quatro estudos e risco intermediário-baixo. Os fatores de risco descritos pelos pesquisadores como significativos constam no Quadro 1.

 

Para Veloso e colaboradores (2019), o principal fator a ser considerado neste contexto é o baixo peso ao nascer e, de modo mais preciso, o muito baixo peso ao nascer. Segundo os autores, este fator é também considerado um dos principais fatores de risco para a mortalidade neonatal em outras localidades, como Jordânia, China, Estados Unidos, México, Trinidad e Tobago.

A mortalidade de RN é o resultado de doenças e condições intimamente associados à qualidade dos cuidados da gestação ao parto e durante a internação neonatal. Os resultados deste trabalho reforçam a relevância dos fatores de risco descritos para a mortalidade de RN no Brasil, enfatizando a influência que mudanças comportamentais, médicas e de estrutura podem exercer na redução de taxas tão elevadas.

 

Referências:

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