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Pediatria28 setembro 2025

AAP 2025: Mpox Infantil — Como reconhecer, tratar e prevenir

O Mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus MPXV, pertencente ao gênero Orthopoxvirus, o mesmo da varíola.
Por Jôbert Neves

Durante o AAP 2025, a Dra. Nadia Sam-Agudu trouxe à tona um tema que, embora não esteja no radar cotidiano da maioria dos pediatras, merece atenção urgente: o Mpox (antigo monkeypox) em crianças. Ela destacou não apenas os aspectos clínicos e epidemiológicos da doença, mas também os desafios e oportunidades para prevenção, diagnóstico e tratamento pediátrico. Em tempos de globalização e surtos emergentes, entender o Mpox é essencial para uma prática pediátrica atualizada e segura. 

O Mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus MPXV, pertencente ao gênero Orthopoxvirus, o mesmo da varíola. Embora o surto global de 2022 tenha afetado majoritariamente adultos, em países africanos endêmicos, crianças representam até 63% dos casos, com alta mortalidade associada a coinfecções, desnutrição e acesso limitado a cuidados. 

A doença se manifesta com febre, linfadenopatia e lesões cutâneas que podem ser confundidas com varicela ou outras dermatoses. Em crianças, complicações como infecções bacterianas secundárias são comuns e podem ser fatais. O diagnóstico é feito por PCR a partir de amostras de lesões cutâneas, e o tratamento é majoritariamente de suporte, controle de dor, febre, hidratação e prevenção de infecções secundárias. 

Antivirais como tecovirimat têm sido usados em casos graves, mas os estudos clínicos (PALM007, STOMP, UNITY) mostraram eficácia limitada na resolução das lesões. Vacinas como MVA-BN e LC16m8 são opções para profilaxia pré e pós-exposição, com autorização emergencial para uso pediátrico em alguns países. No entanto, a disponibilidade e logística de aplicação ainda são barreiras importantes. 

Mensagem prática

  • Suspeite de Mpox em crianças com lesões vesiculopustulosas, especialmente se houver história de viagem, contato com casos ou imunossupressão; 
  • Colete as amostras corretamente: swabs de lesões diferentes e envie para PCR. 
  • Trate com suporte clínico: controle de sintomas, prevenção de infecções secundárias e atenção à nutrição; 
  • Considere antivirais e vacinas em casos graves ou exposições de alto risco, sempre em consulta com autoridades de saúde locais; 

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