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Pediatria28 setembro 2025

AAP 2025: Manejo prático da síncope em crianças e adolescentes

Síncope é definida como uma perda abrupta de consciência e tônus postural, com recuperação espontânea, geralmente causada por hipoperfusão cerebral transitória.
Por Jôbert Neves

O Congresso Nacional da American Academy of Pediatrics (AAP 2025), realizado em Denver, é um dos maiores e mais influentes encontros da pediatria mundial. Em sua edição de 2025, um dos destaques foi a aula da Dra. Karrie Villavicencio, do Children’s Hospital Colorado, sobre síncope em crianças e adolescentes, um tema recorrente na prática clínica pediátrica, mas que exige atenção redobrada para não negligenciar causas potencialmente fatais. 

Entendendo a síncope: Muito além do “Desmaio”

Síncope é definida como uma perda abrupta de consciência e tônus postural, com recuperação espontânea, geralmente causada por hipoperfusão cerebral transitória. Embora a maioria dos casos seja benigna, como a síncope vasovagal, o desafio está em identificar os casos que escondem cardiopatias graves, canalopatias genéticas ou anomalias coronarianas. 

A plenária reforçou que a história clínica é a ferramenta mais poderosa no diagnóstico diferencial. Saber o que o paciente estava fazendo no momento da síncope, se houve pródromos (tontura, visão turva, náusea), se o episódio foi testemunhado, e principalmente, se há história familiar de morte súbita, arritmias ou cardiomiopatias, pode mudar completamente a condução do caso. 

Sinais de alarme que não podem ser ignorados

síncope durante esforço físico é sempre preocupante. Outros sinais de alerta incluem: 

  • Ausência de pródromos 
  • Palpitações ou dor torácica antes do evento 
  • Atividade convulsiva associada 
  • Idade muito jovem 
  • História familiar de morte súbita ou uso de desfibrilador implantável 

Em situações como essa, devemos ecanminhar imediatamente ao cardiologista pediátrico. 

Diagnóstico e manejo: O que o pediatra geral precisa saber? 

O ECG (eletrocardiograma) é uma ferramenta de triagem essencial, mas deve ser interpretado com cautela. A aula destacou a importância de calcular o intervalor QT manualmente, pois a interpretação automática pode ser falha. Além disso, o ECG pode revelar sinais de síndromes como Brugada, Sindrome de Wolff-Parkinson-White, QT longo, taquicardia ventricular ou cardiomiopatia hipertrófica.

Nos casos de síncope vasovagal, o manejo é simples, mas exige orientação clara segundo a APP: 

  • Hidratação adequada; 
  • Dieta rica em sódio (“pop and potato chip diet”); 
  • Evitar longos períodos em pé; 
  • Treinamento ortostático; 
  • Reconhecimento precoce dos pródromos. 

Conclusão prática: O que levar para o consultório 

A aula da Dra. Villavicencio foi um verdadeiro guia prático para o pediatra geral. A mensagem central é clara: a maioria das síncopes é benigna, mas ignorar os sinais de alerta pode custar vidas. O pediatra deve estar preparado para: 

  • Investigar detalhadamente cada episódio; 
  • Realizar ECG com cálculo manual do QT; 
  • Valorizar a história familiar; 
  • Encaminhar prontamente casos com sinais de alarme

AAP 2025: Confira os destaques do Congresso da American Academy of Pediatrics

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