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Pediatria27 setembro 2025

AAP 2025: Atualizações no tratamento farmacológico da obesidade pediátrica 

Especialistas apresentaram avanços significativos no uso de medicamentos para o manejo da obesidade pediátrica. Saiba mais!
Por Jôbert Neves

A obesidade infantil é uma condição crônica e multifatorial que exige uma abordagem clínica estruturada e atualizada. Durante o Congresso da Academia Americana de Pediatria (AAP 2025), realizado em Denver/EUA, especialistas apresentaram avanços significativos no uso de medicamentos para o manejo da obesidade pediátrica, com base nas diretrizes da AAP de 2023.  

A nova diretriz da AAP recomenda que adolescentes com IMC ≥ 95º percentil sejam considerados para tratamento farmacológico como complemento à intervenção comportamental. Para crianças entre 8 e 11 anos, a recomendação é mais cautelosa, baseada em consenso. 

O tratamento farmacológico não exige um tempo mínimo de intervenção comportamental prévia. Os medicamentos atuam na biologia da obesidade e devem ser vistos como terapias crônicas, semelhantes ao tratamento de hipertensão ou diabetes. A interrupção geralmente leva à recuperação do peso.

Entre os medicamentos disponíveis, destacam-se: 

  • Semaglutida: maior eficácia (redução média de 16,7% do peso), administrada por injeção semanal. 
  • Fentermina + Topiramato: opção oral com eficácia moderada (até 10% de redução de peso). 
  • Liraglutida, Orlistat, Setmelanotida e Metformina: com perfis variados de eficácia e efeitos colaterais.  

A escolha do medicamento deve considerar preferências do paciente, contraindicações, comorbidades, interações medicamentosas e acesso. O monitoramento clínico é essencial: exames laboratoriais, avaliação de comportamento alimentar, sinais vitais e rastreio de transtornos alimentares devem ser realizados antes e durante o tratamento. 

O tratamento da obesidade pediátrica está evoluindo para incluir opções farmacológicas seguras e eficazes. O pediatra geral tem papel fundamental na identificação precoce, na indicação adequada e no acompanhamento longitudinal desses pacientes. Incorporar a farmacoterapia ao arsenal terapêutico pode melhorar significativamente os desfechos clínicos e a qualidade de vida de crianças e adolescentes com obesidade.

AAP 2025

Mensagem prática 

Considere medicamentos como parte do tratamento crônico da obesidade, especialmente em adolescentes com IMC ≥ 95º percentil e comorbidades associadas. 

  • Não espere por “fracasso” da abordagem comportamental para iniciar farmacoterapia. A intervenção precoce pode ser mais eficaz. 
  • Escolha o medicamento com base em perfil clínico, preferências e acesso. Avalie contraindicações e potenciais interações medicamentosas. 
  • Realize monitoramento clínico regular, incluindo exames laboratoriais, rastreio de transtornos alimentares e avaliação de efeitos adversos. 
  • Utilize ferramentas no prontuário eletrônico para facilitar a discussão com famílias e o registro das opções terapêuticas. 
  • Acompanhe as políticas de cobertura de medicamentos em sua região, especialmente para fentermina, topiramato e agonistas de GLP-1. 
  • Eduque e envolva a família na decisão terapêutica, reforçando que o tratamento é contínuo e exige adesão e acompanhamento. 

Confira os destaques do Congresso da American Academy of Pediatrics

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