De acordo com um estudo apresentado no AAP Experience 2022, em Anaheim (Califórnia), meninos de 10 a 15 anos representam o grupo demográfico que mais sofre fraturas ao andar de bicicleta.
Andar de bicicleta é uma atividade infantil popular, mas com importante risco de lesão. Embora vários grupos tenham pressionado por equipamentos de proteção para ajudar a mitigar esses riscos, até o momento, as tendências na carga nacional americana de fraturas associadas ao ciclismo em pediatria não foram exploradas em profundidade.
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Metodologia
Para avaliar essa questão, pesquisadores da Filadélfia analisaram o banco de dados do National Electronic Injury Surveillance System. A intenção foi identificar pacientes com idade igual ou inferior a 18 anos com fraturas associadas a bicicletas, que procuraram atendimento nos serviços de emergência dos Estados Unidos entre 2001 e 2020.
Resultados
Foram identificadas 1.019.509 fraturas ou 50.975 fraturas por ano. A tendência geral foi significativa para a diminuição das fraturas ao longo do período (por regressão linear R2 = 0,8997; P < 0,001).
A maioria das fraturas ocorreu no sexo masculino (71,8%), em brancos (53%) e em pacientes com idades entre 10 e 12 anos (30,6%) ou 13-15 anos (24,8%). As fraturas ocorreram mais comumente na primavera (34,2%) ou no verão (37,8%). Além disso, foram mais frequentes no antebraço (25,2%), punho (21,2%), ou ombro (10,5%).
Apesar dos esforços para aumentar a segurança, mais de 65.000 lesões ocorreram em acidentes envolvendo veículos motorizados e tiveram maior probabilidade de internação (27,1%). Por fim, aproximadamente 85% das crianças que sofreram fratura craniana enquanto andavam de bicicleta não usavam capacete.
Conclusão
Apresentado no congresso por William Huffman, essa revisão mostra que a carga nacional de fraturas associadas ao uso de bicicletas em populações pediátricas teve uma diminuição constante por muitos anos.
Entretanto, um recente aumento observado em 2020 é consistente com a literatura, observando um aumento significativo de outras lesões durante a pandemia de Covid-19. Isso devido, potencialmente, ao aumento do uso de bicicletas por pedidos de permanência em casa e cancelamento de escolas ou acampamentos de verão.
Os pesquisadores destacam que o número significativo de fraturas com necessidade de internação, e que tenham envolvimento de veículo automotor, justifica mais pesquisas na prevenção dessas lesões em crianças. Por fim, o número alarmante de fraturas cranianas em que as crianças não usavam capacete apoia os esforços contínuos para promover o uso consistente desses acessórios de proteção.
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