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Pediatria10 outubro 2022

AAP 2022: Estudo analisa equidade da asma e determinantes sociais da saúde

Índice tem como base a população de asma grave recentemente atendida no departamento de emergência (DE) de um hospital em San Diego, EUA.

Em coletiva de imprensa durante o AAP Experience 2022, Keri Carstairs, médica do Rady Children’s Hospital San Diego, mostrou resultados do estudo Creating a System to Identify Social Determinants of Health and Achieve Equitable Health Outcomes for Children with Asthma, em que atuou como autora principal. O Rady Children’s Health Network (RCHN) recebeu uma doação destinada a desenvolver um “Índice de Equidade em Saúde da Asma” (Asthma Health Equity Index) para redefinir como são capturados e exibidos dados que atendam as necessidades de uma abordagem padronizada com o objetivo de medir e rastrear estratégias de melhorias relacionadas à equidade em saúde.

asma infantil

Métodos

O hospital pilotou esse índice na população de asma grave recentemente atendida em seu departamento de emergência (DE). Muitas das crianças recebidas no setor vivem em bairros com desigualdades relacionadas à pobreza, qualidade do ar e fatores socioeconômicos e culturais. Os pacientes são principalmente hispânicos (56,1%). O índice estratifica dados do DE, dados demográficos e Determinantes Sociais da Saúde (Social Determinants of Health – SDOH) para identificar lacunas e intervenções com a crença compartilhada de que as disparidades representam danos evitáveis e trabalham para identificar processos e estruturas sistêmicos que promovem disparidades.

Leia mais: Confira a cobertura completa do congresso da American Academy of Pediatrics

Para testar o índice, a Dra. Carstairs e sua equipe direcionaram as crianças com asma mal controlada que haviam sido recentemente atendidas no DE para contato telefônico feito por um coordenador de atendimento ao paciente, com o objetivo de identificar disparidades por meio de determinantes sociais de triagem de saúde para insegurança alimentar, moradia, transporte e uso de tabaco e, ao mesmo tempo, garantindo acompanhamento adequado e educação em asma para as famílias.

Resultados

Os pesquisadores observaram que raça e etnia foram fortemente associadas à insegurança alimentar (p<0,01), moradia instável (p<0,01)  e uso de tabaco (p<0,01). O idioma diferente do inglês foi fortemente associado à insegurança alimentar (p <0,001), habitação instável (p <0,001) e também a problemas de transporte (p=0,05).  Negros e outros foram 3 a 5 vezes mais propensos a habitação instável (p <0,001).

Os pacientes de origem hispânica eram três vezes mais propensos a apresentar insegurança alimentar (<0,001) e problemas de transporte (<0,001). Já os negros foram duas vezes mais propensos ao uso de tabaco/exposição ao fumo (<0,001). Os pacientes de língua espanhola tiveram 4,6 vezes mais chances de insegurança alimentar (<0,001) e duas vezes mais chances de moradia instável (<0,001) e transporte (0,03) quando comparados aos que falam a língua inglesa.

 

O estudo de Carstairs e colaboradores mostrou que o uso de um programa de informática permite a aplicação de uma lente de equidade para entender os determinantes sociais da saúde, identificar intervenções e acompanhar os desfechos em crianças que vivem com asma. Os autores observaram que as crianças que vivem com asma estavam em maior risco de SDOH se fossem hispânicas e fossem de famílias de língua espanhola. Destaca-se o fato de que o design é escalável para outras condições para identificar populações de alto risco e ajuda no desenvolvimento de ecossistemas comunitários para conexões de recursos.

Autoria

Foto de Roberta Esteves Vieira de Castro

Roberta Esteves Vieira de Castro

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora adjunta de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação ⦁ Instagram: @draroberta_pediatra

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