A rinite corresponde à inflamação da mucosa nasal e pode apresentar diferentes causas, bem como apresentações com tempo de duração bastante variado. Entre essas etiologias, a rinite alérgica está associada a uma resposta de hipersensibilidade IgE mediada, enquanto as de etiologia não-alérgica são causas por outros fatores bastante heterogêneos. [1, 2] A rinite alérgica é considerada uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo, chegando a acometer cerca de 30% da população adulta. [2] Seus sintomas são coriza nasal, prurido nasal e ocular, congestão nasal, espirros e tosse por gotejamento nasal posterior. Apesar de não ser uma doença letal, seus sintomas recorrentes geram grande desconforto e pioram a qualidade de vida dos pacientes. [3]
Como é muito prevalente, é fundamental um diagnóstico correto da rinite e do seu subtipo, a fim de permitir uma melhor intervenção e tratamento. [4] Nesse contexto, a primeira etapa é a caracterização dos sintomas cardinais como coriza, congestão nasal, prurido nasal, espirros e tosse. Na anamnese dirigida, é importante a caracterização do tempo de sintomas e da sazonalidade, para se identificar fatores desencadeantes e o padrão dos sintomas, isto é, se sazonal ou não. Em paralelo, o exame físico auxilia na identificação dos marcos do atópico como prega nasal, mancha violácea próxima aos olhos, marcas de respirador bucal e linhas de Dennie-Morgan. [4] Nos casos clássicos, não há necessidade de exames complementares. Contudo, diante de dúvida diagnóstica, pode-se utilizar exame de imagem como tomografia computadorizada de seios da face, teste cutâneo de alergia, dosagem sérica de IgE e IgE específica para alérgenos, além de avaliação de hemograma para verificar presença de eosinofilia. Com essas informações, é possível identificar se o paciente tem uma rinite alérgica ou não. Nesse cenário, é importante ressaltar o diagnóstico diferencial da rinite não alérgica. [5]
Outras condições estão associadas aos sintomas de rinite, porém não têm fenótipo atópico. São exemplos, a rinite associada ao ciclo hormonal, ao uso de medicamentos, a questões mecânicas como pólipos e tumores nasais. [5] A lista de medicamentos, por exemplo, se torna essencial para o clínico que pretende realizar um diagnóstico correto do perfil de rinite do seu paciente. Medicamentos comuns como aspirina, inibidor de IECA e betabloqueador são associados ao surgimento de rinite medicamentosa não alérgica. [6]
Tratamento
Uma vez realizado o diagnóstico, deve-se instituir o tratamento. Frente a rinite alérgica, o tratamento depende da intensidade dos sintomas. No caso de sintomas persistentes e intensos, o tratamento de primeira linha é o corticoide tópico nasal. [7] Essa substância tem como papel principal ser um modulador da resposta inflamatória local, reduzindo a inflamação eosinofilica e a produção de citocinas. Existem diversos tipos de corticoide inalatório, como, por exemplo, o furoato de fluticasona, cujo efeito é de longa duração, e por ter alta afinidade ao receptor, sua ação é praticamente local. Além do corticoide, deve-se orientar o controle ambiental, afastamento dos gatilhos, suspensão de medicamentos que possam contribuir para rinite medicamentosa. Em alguns casos, pode-se associar anti-histamínico oral ou tópico como adjuvante. [7]
Rinite alérgica é um dos problemas de saúde mais comuns e que podem trazer inúmeros transtornos e redução de qualidade de vida. [3] Por mais prevalente que seja, seu manejo é muitas vezes inadequado devido à baixa adesão e pouca valorização dos sintomas tanto pela equipe de saúde quanto pelos pacientes. [8] Fato é que a rinite crônica malconduzida favorece à baixa qualidade de vida e, quando associada a asma, aumenta o risco de crise e de complicações [2]. Portanto, o diagnóstico correto e o tratamento, à longo prazo, são preciosos, permitindo um bom controle de sintomas e melhorando o bem-estar do paciente.
Quais dos medicamentos abaixo provoca rinite medicamentosa?
ACarvedilol
BDipirona
CFenitoína
DFluticasona
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