Com os recentes estudos envolvendo o tratamento das rupturas do tendão de Aquiles dúvidas ainda permanecem quanto a melhor estratégia a ser seguida. O tratamento cirúrgico com o reparo aberto ou através da abordagem minimamente invasiva não parece claramente estar associado a melhores resultados do que a abordagem não cirúrgica.
O estudo
Um artigo abordando esta polêmica foi publicado em abril de 2022 na revista científica The New England Journal of Medicine relatando um estudo multicêntrico, randomizado e controlado que comparou tratamento não cirúrgico, o reparo aberto e a cirurgia minimamente invasiva em adultos com ruptura aguda do tendão de Aquiles. O desfecho primário avaliado foi a mudança após 12 meses no escore de pontuação para ruptura total do tendão de Aquiles (as pontuações variam de 0 a 100, com pontuações mais altas indicando melhor resultado). O desfecho secundário foi a incidência de re-ruptura do tendão.
Uma amostra incluindo 554 participantes foi selecionada e após os critérios de exclusão 526 pacientes foram randomizados para os três tratamentos. As alterações médias no escore foram de -17,0 pontos no grupo não cirúrgico, -16,0 pontos no grupo de reparo aberto e -14,7 pontos no grupo de cirurgia minimamente invasiva (P = 0,57). As comparações de pares não forneceram evidências de diferenças entre os grupos. O número de re-rupturas de tendão foi maior no grupo não cirúrgico (6,2%) do que no reparo aberto ou grupo de cirurgia minimamente invasiva (0,6% em cada). Ocorreram nove casos de lesões nervosas no grupo de cirurgia minimamente invasiva (em 5,2% dos pacientes) contra cinco no grupo de reparo aberto (em 2,8%) e um no grupo não cirúrgico (0,6% dos casos).
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Resultados
Os resultados deste estudo sugerem que em pacientes com ruptura do tendão de Aquiles, após 12 meses a cirurgia (reparo aberto ou minimamente invasivo) não foi associada a melhores resultados do que o tratamento não cirúrgico. O tratamento não cirúrgico foi associado a um maior risco de re-ruptura do que tratamento cirúrgico, mas resultou em menor taxa de lesões nervosas.
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