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Ortopedia7 setembro 2023

Redução de ansiedade no pré-operatório ortopédico com uso de realidade aumentada

O uso de AR diminuiu a ansiedade pré-operatória em comparação com a educação perioperatória tradicional e folhetos.

Cerca de 60% a 80% dos pacientes apresentam episódios de ansiedade antes de um procedimento cirúrgico podendo afetar a função cognitiva e fisiológica. Como consequência pode acontecer aumento da dor perioperatória, aumento do tempo de internação hospitalar e redução da satisfação do paciente. Há fortes evidências de que intervenções educativas pré-operatórias podem reduzir ansiedade perioperatória.  

Os avanços na preparação e prestação de cuidados e educação ao paciente começaram a incorporar realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR). AR foi definida como a sobreposição de objetos virtuais interativos em um ambiente físico no espaço. Alternativamente, A VR substitui o ambiente visual completo do usuário por uma paisagem gerada por computador. 

Foi publicado no último mês, no Journal of the American Medical Association – JAMA, um estudo com o objetivo de determinar se o uso de um passo a passo de AR afeta a ansiedade perioperatória do paciente. 

Saiba mais: Transtorno de ansiedade: terapia cognitiva ou medicamentosa?

Redução de ansiedade no pré-operatório ortopédico com uso de realidade aumentada

Redução de ansiedade no pré-operatório ortopédico com uso de realidade aumentada

Métodos 

Foi desenvolvido um ensaio clínico randomizado com pacientes recrutados entre novembro de 2021 e outubro de 2022 na Universidade de Miami que iriam realizar um procedimento cirúrgico ortopédico com um cirurgião sênior. O principal desfecho foi a mudança no State-Trait Anxiety Inventory (STAI) desde a pesquisa de triagem até a pesquisa pré-operatória. 

Resultados 

Um total de 140 pacientes foram elegíveis e 45 pacientes recusaram ou foram excluídos. Portanto, 95 pacientes (63 [66,3%] homens; idade média [DP], 38 [16] anos) foram recrutados para o estudo e incluídos na análise final; 46 pacientes receberam a intervenção AR e 49 pacientes receberam intervenção com instruções padrão. O grupo AR experimentou uma diminuição na ansiedade desde a triagem até a pesquisa pré-operatória (mudança média de pontuação, -2,4 [IC 95%, -4,6 a -0,3]), enquanto o grupo de tratamento padrão experimentou um aumento (alteração média da pontuação, 2,6 [IC 95%, 0,2 a 4,9]; P = 0,01). 

Todos os pacientes experimentaram no pós-operatório uma diminuição média na pontuação de ansiedade em comparação com a pesquisa de triagem (mudança média: AR, −5,4 [IC95%, −7,9 a −2,9]; tratamento padrão, −6,9 [IC 95%, −11,5 a −2,2]; P = 0,32) e pesquisa pré-operatória (mudança média: AR, -8,0 [IC 95%, -10,3 a -5,7]; tratamento padrão, -4,2 [IC 95%, -8,6 a 0,2]; P = 0,19). 

Dos 42 pacientes do grupo AR que completaram a pesquisa de acompanhamento pós-operatório, 30 (71,4%) concordaram ou concordaram fortemente que gostaram da experiência, 29 (69,0%) concordaram ou concordaram fortemente que gostaram e recomendariam a experiência, e 28 (66,7%) concordaram ou concordaram fortemente que passariam pela experiência novamente. Não foram observadas diferenças nos níveis de dor pós-operatória ou no uso de narcóticos. 

Leia também: Cafeína e ansiedade: o que devemos saber?

Conclusão e mensagem prática 

O uso de AR diminuiu a ansiedade pré-operatória em comparação com a educação perioperatória tradicional e folhetos, mas não houve efeito significativo na ansiedade pós-operatória, níveis de dor ou uso de narcóticos. Essas descobertas sugerem que a AR pode servir como um meio eficaz de diminuir a ansiedade pré-operatória do paciente. 

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Referências bibliográficas

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