As fraturas do escafoide são comuns em adultos jovens com o tratamento conservador podendo ser instituído nos casos sem desvio e realizado com imobilizações por longos períodos até a consolidação. Ainda é controversa a porcentagem de ponte óssea necessária para liberar a mobilidade sem risco de refratura com alguns estudos advogando 50%, outros, 75% ou ainda 25%.
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Novo estudo
Foi publicado esse mês na revista Bone and Joint Open um estudo desenvolvido em Leicester por meio de avaliação de inteligência artificial com o objetivo de avaliar o risco de refratura em três padrões comuns de fraturas do colo do escafoide com diferentes proporções de união parcial.
Métodos
A variante anatômica mais comum do escafoide foi modelada a partir de uma tomografia computadorizada de uma mão e punho saudáveis usando o freeware 3D Slicer. Este modelo foi carregado no COMSOL Software para permitir a aplicação de aprimoramentos fisiológicos. Três padrões comuns de fratura do colo foram produzidos seguindo a classificação de Russe.
Cada fratura teve diferentes estágios de cicatrização, variando de 10% a 90% de união parcial, com incrementos de 10%. Foi aplicada uma força fisiológica de 100 N atuando no polo distal, com o risco de refratura sendo avaliado.
Resultados
No geral, fraturas com uniões parciais de 90% a 30% demonstraram um aumento pequeno e gradual na chance de refratura em todos os padrões estudados (16,0 MPa a 240,5 MPa). Diferentemente, todos os padrões de fratura mostraram um maior aumento da chance de refratura quando houve de 30% a 10% de união parcial (680,8 MPa para 6.288,6 MPa).
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Conclusão
O estudo mostrou que 30% de união é suficiente para retornar à função normal da mão e do punho em todos os três padrões de fratura. Tanto a união de 50%, quanto a de 75%, são desnecessárias e aumentam o risco de rigidez pós-fratura.
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