A haste de Thompson é um design genérico de uma haste de hemiartroplastia entrando em sua sétima década de uso mundial para o tratamento das fraturas intracapsulares do quadril. Em ensaios clínicos randomizados, não houve diferenças estatisticamente significativas nas complicações após uso da Thompson cimentada ou hastes mais modernas.
É importante frisar que os pacientes submetidos a hemiartroplastias do quadril são geralmente mais velhos, com mais comorbidades e menor capacidade física que pacientes submetidos a artroplastias totais primárias. Foi publicado, no último mês, na revista Bone and Joint Open, um estudo britânico com o objetivo de demonstrar os resultados de sobrevida após dez anos de realizadas hemiartroplastias de quadril em uma população.
Métodos
O estudo foi baseado em uma coorte retrospectiva de pacientes consecutivamente submetidos a hemiartroplastia de quadril com haste Thompson cimentada de janeiro de 2003 a dezembro de 2011 de um arquivo de dados britânico. Foram excluídos hemiartoplastias retardadas para tratamento conservador que falhou, procedimentos de resgate para fixações que falharam (por exemplo, após parafusos canulados), procedimentos de revisão para hemiartroplastias que falharam, procedimentos feitos sem cimento, procedimentos não seguidos por radiografias pós-operatórias, e os pacientes repatriados para outros países após a cirurgia.
Resultados
Foram avaliadas radiografias, relatos cirúrgicos, evoluções em prontuários e certidões de óbito, permitindo traçar seu curso pós-operatório, complicações, reinternações, revisões e mortes. No total, foram analisadas 1.312 hemiartroplastias de Thompson (média de idade na cirurgia 82,8 anos); 125 complicações foram registradas, necessitando de 82 reintervençōes.
Essa amostra incluiu 14 pacientes submetidos à aspiração ou manipulação sob anestesia, 68 reoperações (5,2%) para: desbridamento e retenção do implante (n = 12), evacuação de hematoma (n = 2), redução aberta para luxação (n = 1), fixação de fratura periprotética (n = 5) e 48 hastes revisadas (3,7%) para infecção (n = 13), luxação (n = 12), soltura asséptica (n = 9), dor persistente (n = 6), fratura periprotética (n = 4), erosão acetabular (n = 3) e metástase óssea (n = 1).
A situação com follow up de dez anos é resumida da seguinte forma: 1.180 (89,9%) mortos sem revisão, 34 (2,6%) mortos com revisão, 84 (6,6%) vivos com a haste sem revisão e 14 (1,1%) vivos com revisão. A sobrevivência cumulativa do implante foi 90,3% em dez anos; a sobrevida dos pacientes foi de 7,4%.
Conclusão
A haste de Thompson demonstra taxas muito baixas de complicações que requerem reoperação e revisão, até dez anos após o procedimento de indexação. Menos de um em cada dez pacientes vive dez anos após a fratura. O estudo apoia o uso de um implante de Thompson cimentado com um bom custo-benefício para pacientes frágeis com fratura de quadril.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.