Hipotermia está associada com aumento de mortalidade, arritmias, alteração de imunidade, hipóxia tecidual e maior chance de infecções. Em uma meta-análise, foi associada a um aumento do tempo de internação e aumento da incidência de doenças miocárdicas, infarto, infecções e mortalidade.
Segundo outro estudo, idade avançada e menor índice de massa corporal são os principais fatores de risco para hipotermia perioperatória após fraturas do quadril e uma queda significativa na temperatura corporal e a hipotermia intraoperatória foi relatado em até um terço dos pacientes submetidos a esse tipo de cirurgia. No entanto, os dados ainda são escassos.
O estudo sobre a relação entre hipotermia perioperatória e mortalidade
Foi publicado no último mês no Journal of Orthopaedic Trauma um estudo com o objetivo de determinar a relação entre hipotermia perioperatória e mortalidade em pacientes submetidos a cirurgias para fraturas de quadril. Foram pesquisadas as bases de dados Medline, Embase, CINAHL e Cochrane com as combinações das palavras “hip”, “femur”, “fracture”, “temperature” e “hypothermia”.
Foram incluídos pacientes de qualquer idade submetidos a tratamento de fraturas de quadril em estudos de coorte, caso-controle, retrospectivos comparativos e ensaios clínicos randomizados. A busca na literatura identificou 1.016 registros. Depois, removendo duplicatas e aquelas que não atendem aos critérios de inclusão, 3 estudos britânicos mensurando a mortalidade em 30 dias foram incluídos.
A mortalidade foi maior nos grupos hipotérmicos em comparação com o grupo normotérmico em todos os estudos, sendo a diferença significativa em 2 dos estudos (P < 0,0001). A meta-análise mostrou que a baixa temperatura corporal estava associada a um risco aumentado de mortalidade (razão de chances estimada: 2,660; intervalo de confiança de 95%: 1,948–3,632; P < 0,001) em pacientes submetidos a cirurgia para fratura de quadril.
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Conclusão
O estudo demonstrou que pacientes com baixa temperatura corporal em cirurgias para fraturas de quadril apresentam uma maior chance de mortalidade nos primeiros 30 dias pós-operatórios. Baseado nisso, é importante atentar para isso na nossa prática clínica, não considerando a temperatura mero detalhe.
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