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Ortopedia24 novembro 2023

Qual é a epidemiologia da espondilodiscite pós-operatória da coluna?

Estudo analisou o quadro clínico e radiológico da espondilodiscite pós-operatória relacionada com a colocação de implantes na coluna vertebral.

A espondilodiscite corresponde a cerca de 3 a 5% dos casos de osteomielite após procedimentos na coluna gerando redução na qualidade de vida e função dos pacientes, além de ser causa de dor lombar. Os fatores de risco conhecidos variam entre os modificáveis como obesidade e tabagismo e os não modificáveis como idade, trauma ou diabetes.

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Foi publicado nesse mês na revista Bone and Joint Open um estudo com o objetivo de analisar o quadro clínico e radiológico da espondilodiscite pós-operatória relacionada a colocação de implantes na coluna vertebral bem como o curso terapêutico e resultado.

O estudo

Foram incluídos pacientes operados da coluna com implante em um centro alemão entre 2006 e 2020 com espondilodiscite subsequente e sem história de doença semelhante prévia. Dados demográficos dos pacientes, parâmetros na admissão e alta, imagens radiológicas e microbiológicas foram recuperados de registros médicos.

Tomografia computadorizada e ressonância magnética foram analisadas para formação de abscesso peridural, paravertebral ou intervertebral, destruição vertebral e envolvimento da placa terminal. Os patógenos foram identificados por exame guiado por TC ou biópsia intraoperatória ou sonicação de implante.

Foram incluídos 32 casos de espondilodiscite com idade média dos pacientes de 68,7 anos (37,6 a 84,1). Diabetes, idade > 60 anos e histórico de infecção foram identificados como fatores de risco. A apresentação na admissão incluiu temperatura corporal média de 36,7 °C (36,1 a 38,0), dor nas costas em repouso (média da escala visual analógica (VAS) média 5/10) e quando móvel (média VAS 6/10), bem como níveis elevados de PCR [média 76,8 mg/L (0,4 a 202,9)] e contagem de glóbulos brancos [média 9,2 unidades/nL (2,6 a 32,8)].

Os patógenos mais comumente identificados foram cocos Gram-positivos. A antibioticoterapia foi realizada de forma específica em todos os casos com identificação do patógeno (71,9%) indivíduos. No geral, 27 (84,4%) pacientes receberam tratamento por desbridamento, descompressão e fusão do segmento afetado.

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Conclusão

Os casos de espondilodiscite pós-operatória são raros e compartilham semelhanças com a espondilodiscite espontânea. Enquanto os procedimentos como biópsia guiada por TC e sonicação são ferramentas valiosas no diagnóstico de espondilodiscite pós-operatória, a ressonância magnética e a amostragem de tecido intraoperatória continuam sendo o padrão-ouro. Visto isso, as pesquisa sobre princípios conhecidos da infecção peri-implante, como retenção de implantes versus troca de implantes, deveriam ser expandidas para a área de cirurgia da coluna.

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Referências bibliográficas

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