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Ortopedia26 outubro 2022

Quais são os resultados após dez anos de tratamento do impacto femoroacetabular?

Estudo buscou determinar os resultados de dez anos de follow-up do tratamento de impacto femoroacetabular (IFA).

O impacto femoroacetabular (IFA) é uma causa conhecida de dor e artrose precoce no quadril. Quando há falha no tratamento conservador, opta-se pelo tratamento cirúrgico para alívio dos sintomas, preservação do quadril e reversão do processo degenerativo.

O tratamento cirúrgico evoluiu ao longo dos anos para técnicas artroscópicas, sendo a cirurgia aberta reservada para casos mais complexos e com deformidades combinadas. Ainda são escassos na literatura trabalhos demonstrando resultados dessas cirurgias a longo prazo.

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Quais são os resultados após dez anos de tratamento do impacto femoroacetabular

O estudo

Foi publicado esse mês na revista Bone and Joint Open um trabalho com o objetivo de determinar os resultados de dez anos de follow-up do tratamento de IFA. Como desfechos primários foram avaliadas as taxas de preservação do quadril e medidas de satisfação e função relatadas pelos pacientes.

Métodos

Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo de 412 pacientes operados entre 2005 e 2015 pelo mesmo cirurgião em um mesmo hospital canadense com tempo mínimo de 5 anos de follow up. Os critérios de exclusão incluíram cirurgia de quadril anterior (n = 2), a presença de características de doença pediátrica residual (epifisiólise e doença de Perthes) (n = 15), e a presença concomitante de sintomas displasia com necessidade de osteotomia periacetabular (n = 2), terminando com 393 pacientes.

Durante o período do estudo, três diferentes técnicas cirúrgicas foram realizadas, refletindo a evolução da prática no mesmo período: cirurgia aberta com luxação do quadril, artroscopia do quadril combinada com acesso de Hueter (AQ + Hueter) e artroscopia de quadril isolada (AQ). A média de idade foi de 34,5 anos (desvio padrão (DP) 10,0) e a maioria era do sexo masculino (n = 278; 71%).

Resultados

Em um acompanhamento médio de sete anos e seis meses (DP 2,5), houve 43 falhas em 38 quadris (9,7%), com 35 quadris (8,9%) com um modo de falha, um quadril (0,25%) com dois modos de falha e dois quadris (0,5%) com três modos de falha. As taxas de preservação da articulação do quadril com cinco a dez anos de follow up foram de 94,1% (DP 1,2%; intervalo de confiança de 95% (IC) 91,8 a 96,4) e 90,4% (DP 1,7%; IC 95% 87,1 a 93,7), respectivamente. Sobrevivência inferior foi detectada no grupo de luxação cirúrgica.

Idade na cirurgia, grau de Tönnis, danos na cartilagem e ausência de aparamento do labrum foram associados a melhores taxas de preservação. Apenas o grau de Tönnis era preditor independente de preservação do quadril. Todos os escores funcionais e de qualidade de vida melhoraram no pós-operatório. Fatores associados a essa melhoria incluíram maiores borda central lateral e ângulos α, e menores índices de retroversão e massa corpórea.

Saiba mais: Exposição à radiação e tempo operatório no tratamento cirúrgico das fraturas transtrocanterianas do fêmur

Conclusão

A cirurgia para impacto femoroacetabular (IFA) proporciona uma melhora duradoura na função e uma taxa de preservação articular de 90,4% com dez anos de follow-up. A evolução da prática não foi associada a resultado inferior. Já que o grau da artrite é o principal preditor de resultado, melhor conscientização e triagem pode levar a uma intervenção imediata e melhores resultados.

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Referências bibliográficas

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