A tenossinovite de De Quervain é caracterizada por dor na borda radial do punho, principalmente ao realizar flexão, e desvio ulnar do punho pela estenose do canal onde passam os tendões extensor curto e abdutor longo do polegar. Geralmente, o tratamento inicial é conservador com imobilizador de punho, podendo evoluir para infiltração e tratamento cirúrgico.
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Ao longo do tempo, muitos fatores foram apontados como predisponentes à patologia incluindo sexo feminino, raça negra e idade maior que 40 anos. A gravidez e, principalmente, o período pós-parto, também são um fator de risco conhecido, porém a maioria dos estudos relata como autolimitado e cessando após a lactação.
Métodos
Foi publicado no último mês na revista Hand um estudo com o objetivo de compreender melhor, investigar e descrever os fatores de risco gestacional associado a um diagnóstico de De Quervain em mulheres no pós-parto.
Sessenta e três puérperas com De Quervain foram incluídas na população final do estudo. Os prontuários médicos de um hospital terciário israelense foram revisados para características de pacientes incluindo idade, comorbidades e índice de massa corporal (IMC) e informações gestacionais, incluindo duração da gravidez, número de gestações, nascimento único ou gemelar e peso ao nascer. Razão de chances (OR) para desenvolver tenossinovite De Quervain foram calculados com o grupo controle de 630 puérperas sem a patologia que deram à luz entre 2012 e 2020 no mesmo distrito.
Resultados
Duração da gravidez (> 40 semanas, OR = 5,81 [3,29-10,28]), primeiro parto (OR = 2,23 [1,32-3,77]) e peso (IMC > 25, OR = 2,08 [1,14-3,81]) foram todos fatores de risco estatisticamente significativos associados a desenvolvimento de tenossinovite de De Quervain. Número de fetos > 1 (OR = 0,98 [0,29-3,33]) e peso ao nascer maior que 3,5 kg (OR = 0,60 [0,30- 1,21]) não foram associados a maior risco de DQ.
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Conclusão e mensagem prática
O estudo concluiu que fatores de risco gestacionais associados ao desenvolvimento de tenossinovite de De Quervain pós-parto incluem primeira gravidez e gravidez longa de mais de 40 semanas. Curiosamente, o peso ao nascer da criança e número de fetos, ambos fatores que podem aumentar a carga no primeiro compartimento dorsal ao segurar a criança, não demonstraram aumentar o risco de De Quervain pós-parto.
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