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Ortopedia12 abril 2024

Próteses de joelho não cimentadas podem ter menores taxas de revisão? 

Pesquisadores revisaram uma série de implantes de próteses de joelho não cimentadas em pacientes com maior risco de cirurgia de revisão

A causa mais comum de falha da artroplastia total de joelho (ATJ) é a soltura asséptica e acreditava-se no início que seria principalmente pela técnica pobre de cimentação. Com o início das próteses não cimentadas, outros tipos de problemas surgiram e mantiveram um nível alto de complicações. Com a evolução do material, a adição de tântalo ao componente protético melhorou os níveis de osteointegração e reduziu o número de revisões. 

Foi publicado esse mês na revista Bone and Joint Open um estudo com o objetivo de revisar uma série de casos consecutivos do implante não cimentado com revestimento de tântalo NextGen (Zimmer Biomet, USA) para componente tibial da ATJ. Foram investigados os modos de falha, particularmente assépticos do afrouxamento do componente tibial e comparados com outros modelos de próteses de joelho. 

Leia também: Influências na mortalidade em fraturas periprotéticas ao redor do joelho?

Próteses de joelho não cimentadas podem ter menores taxas de revisão? 

Imagem de freepik

O estudo

Foram selecionados 454 pacientes de forma retrospectiva, pacientes operados com a prótese não cimentada NextGen em um hospital britânico entre 2004 e 2021. Os pacientes elegíveis para a utilização desse tipo de prótese foram pacientes jovens e de alta demanda com bom estoque ósseo nas radiografias e mulheres pré-menopausa sem preocupações com a osteoporose. Os pacientes submetidos à revisão da ATJ foram registrados e a causa da revisão foi determinada. Dados do Registro Conjunto Nacional da Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte, a Ilha de Man e os Estados de Guernsey (NJR) foram comparados com a série. 

Nenhum paciente da série apresentou evidência de linhas radiotransparentes em sua última avaliação radiológica. Apenas oito pacientes de 454 necessitaram de revisão de artroplastia, e nenhuma dessas revisões foram indicados por afrouxamento asséptico do componente tibial. Quando comparado com dados do relatório anual da NJR, estimativas de Kaplan-Meier da série de casos do estudo [2,94 (intervalo de confiança de 95% (IC) 1,24 a 5,87)] mostram uma redução significativa nas estimativas acumuladas de revisão em comparação com as ATJ cimentadas [4,82 (IC 95% 4,69 a 4,96)] ou não cimentadas [5,65 (IC 95% 5,23 a 6,10)].  

Os dados do estudo [2,94 (IC 95% 1,24 a 5,87)] também mostraram taxas de revisão cumulativas mais baixas em comparação com a maioria dos implantes mais populares [fixação de implante de joelho cimentado PFC Sigma, 4,03 (IC 95% 3,75 a 4,33)]. As estimativas da taxa de tempo de revisão de próteses (PTIR) para os pacientes da série [2,07 (IC 95% 0,95 a 3,83)] foram mais baixas do que aqueles de casos cimentados [4,53 (IC 95% 4,49 a 4,57)] de NJR. 

Conclusão: próteses de joelho não cimentadas

O estudo concluiu que o implante trabecular (tântalo) não cimentado NexGen tem taxas de revisão mais baixas em comparação com todos os implantes cimentados e outros tipos de implantes não cimentados, e seu uso em pacientes mais jovens deve ser incentivado. Um ensaio clínico randomizado serviria para levar mais evidência ao assunto. 

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Referências bibliográficas

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