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Ortopedia11 março 2024

O uso de brace noturno é eficaz em pacientes com escoliose idiopática? 

Estudo avaliou intervenções na prevenção da progressão do ângulo de Cobb na Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) de grau moderado
A Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) é uma deformidade tridimensional da coluna de etiologia incerta com prevalência de cerca de 3% com 10% desses desenvolvendo uma forma agressiva da doença. A imobilização noturna com brace e Exercícios Específicos para Escoliose (EEE) são formas de tratamento para tentar evitar a evolução da doença, porém são escassos os trabalhos randomizados que demonstrem o benefício.   Foi publicado no último mês no Journal of the American Medical Association (JAMA) um estudo com o objetivo de determinar se a atividade física combinada com brace noturno ou exercícios específicos para escoliose foi superior a um controle de atividade física isolada (AF) em prevenir a progressão do ângulo de Cobb na Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) de grau moderado. 

O estudo 

O estudo foi conduzido em 6 hospitais públicos suecos e foram incluídos adolescentes entre 9 e 17 anos com pelo menos mais um ano restante de crescimento e não menos de 1 ano após menarca em meninas. O ângulo de Cobb primário deveria variar entre 25 e 40 graus com ápice em T7 ou caudal. Os pacientes foram igualmente randomizados em 3 grupos sendo o primeiro de mínimo de 60 minutos diários de atividade física, o segundo tendo atividade física acrescido de EEE e o terceiro atividade física com uso do brace de Boston pelo período noturno de 8 horas.  Leia mais: Escoliose: Qual a abordagem ideal?  Foram coletados dados radiográficos, antropométricos, ângulo de rotação do tronco e dados relatados pelo paciente no início do estudo e com follow-up de 6 meses. O desfecho primário foi progressão da curva de 6° ou menos por maturidade esquelética (sucesso do tratamento) ou progressão da curva de mais de 6° visto em 2 radiografias póstero-anteriores consecutivas em comparação com a radiografia inicial (falha do tratamento).  O estudo incluiu 135 pacientes (45 em cada um dos 3 grupos) com média (DP) idade de 12,7 (1,4) anos; 111 (82%) eram mulheres. O sucesso do tratamento foi observado em 34 dos 45 pacientes (76%) no grupo do brace noturno e em 24 dos 45 pacientes (53%) no grupo de apenas atividade física (odds ratio [OR], 2,7; IC 95%, 1,1-6,6). O número necessário para tratar para evitar a progressão da curva com o brace foi de 4,5 (IC95%, 2,4-33,5).   O sucesso do tratamento ocorreu em 26 dos 45 pacientes (58%) no grupo EEE (OR para SE vs PA, 1,2; IC 95%, 0,5-2,8). Até 2 anos após o desfecho primário, 9 pacientes em cada um dos 3 grupos passaram por uma cirurgia.  Conclusão  No estudo, o tratamento com o brace noturno preveniu progressão da curva de mais de 6° em uma extensão significativamente maior que nos outros grupos. Além disso, permitir a transição para órtese em tempo integral após a falha do tratamento resultou em resultados cirúrgicos semelhantes frequências independentes do tratamento inicial. Estes resultados sugerem que o brace noturno pode ser uma intervenção alternativa em pacientes que rejeitam órteses em tempo integral.  Leia ainda: Tratamento cirúrgico de escoliose: quais são as considerações anestésicas?
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Referências bibliográficas

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