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Ortopedia23 maio 2023

O uso de bifosfonatos prejudica a consolidação de fraturas de ossos longos?

Um estudo publicado no JB&JS investigou se bifosfonatos estão associados a ausência de consolidação de fraturas. 

Por Rafael Erthal

Os bifosfonatos são um grupo de medicamentos amplamente utilizados para o tratamento da osteoporose. Em pacientes diagnosticados com fraturas por fragilidade, o tratamento da má qualidade óssea deve ser iniciado para a prevenção de novas lesões semelhantes. Não está claro, entretanto, se os medicamentos para osteoporose prejudicam a consolidação óssea ao serem administrados no contexto de uma fratura aguda.  

Saiba mais: Cirurgia associada a uso de bifosfonatos é bom tratamento para fraturas de fêmur?

O uso de bifosfonatos prejudica a consolidação de fraturas de ossos longos?

O uso de bifosfonatos prejudica a consolidação de fraturas de ossos longos?

Métodos 

O estudo promoveu uma avaliação retrospectiva em pacientes atendidos no sistema de saúde norte americano Medicare no período de 2016 a 2019, incluindo indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos que tiveram uma fratura de osso longo tratada cirurgicamente. Foram empregados modelos de regressão logística multivariada para identificar a associação entre o uso de medicamentos e o status de união da fratura, controlando variáveis como idade, sexo, raça, índice de comorbidade de Charlson (ICC) e o tipo de fratura. 

Resultados 

Foram incluídos no estudo um total de 111.343 casos de fraturas, dos quais 10.452 (9,4%) foram diagnosticados com pseudoartrose no período de 1 ano. O grupo de pacientes com pseudoartrose apresentou idade média mais jovem (79,8 ± 8,3 versus 80,6 ± 8,4 anos; p <0,001), maior proporção de indivíduos brancos (92,4% versus 90,9%; p <0,001) e maior prevalência de índice de comorbidade de Charlson (ICC) ≥2 (50,9% versus 49,4%; p <0,001). O uso de bisfosfonatos foi mais frequente no grupo com pseudoartrose (12,2% versus 11,4%; p = 0,017).

Entretanto, após controlar para variáveis como raça, idade, sexo e ICC, não houve associação significativa entre o uso de bifosfonatos (OR, 1,06 [IC 95%, 0,99 a 1,12]; p = 0,101) ou moduladores seletivos do receptor de estrogênio/terapia de reposição hormonal (OR, 1,13 [0,93 a 1,36]; p = 0,218) e o desenvolvimento de pseudoartrose. Além disso, o uso de bifosfonatos dentro de 90 dias após a fratura não apresentou associação significativa com a ocorrência de pseudoartrose (OR, 0,94 [IC 95%, 0,86 a 1,03]; p = 0,175), indicando que o momento da administração do medicamento não influenciou o status de união da fratura. 

Os resultados deste estudo indicam que a taxa de não união (pseudoartrose) após fraturas de ossos longos tratadas cirurgicamente foi de 9,4%. Nesta coorte, o uso de bifosfonatos ou moduladores seletivos do receptor de estrogênio/terapia de reposição hormonal não foi associado a chance de pseudoartrose.  

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Conclusão e mensagem prática 

O estudo sugere que o início de terapias médicas para osteoporose não deve ser atrasado no contexto de uma fratura aguda por preocupação com a não união óssea. 

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Referências bibliográficas

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