As fraturas de quadril têm grande impacto na vida dos pacientes e nos sistemas de saúde ao redor do mundo. A mortalidade nos primeiros 30 dias chega em torno de 8% e no primeiro ano pode chegar a 25%, dependendo da idade, estado cognitivo e comorbidades. Nos últimos anos vêm sendo desenvolvidos escores de predição de mortalidade desses pacientes como o Nottingham Hip Fracture Score (NHFS) e Hip Fracture Estimator of Mortality Amsterdam (HEMA).
Apesar desses modelos de risco mostrarem uma boa performance preditiva, não há determinação sobre a sua utilização na prática clínica. Pensando nisso, foi publicado no último mês no Journal of Orthopaedic Trauma um estudo com o objetivo de avaliar dois modelos prognósticos para mortalidade em pacientes com fraturas de quadril comparando suas performances preditivas com o julgamento clínico de médicos.
O estudo
Foi desenvolvido um estudo de coorte prospectivo em dois centros de trauma holandeses com 244 pacientes admitidos no setor de emergência. Foram avaliados os escores NHFS e HEMA, além da avaliação clínica. A mortalidade foi de 7,4% após 30 dias, 22,1% após um ano e 59,4% após cinco anos. Não houve diferenças estatisticamente significativas na discriminação entre os métodos de previsão (AUC 0,73-0,80).
O NHFS subestimou a mortalidade em 30 dias e não conseguiu identificar a maioria das pacientes (sensibilidade 33%). Contrariamente, o HEMA mostrou superestimação sistemática. Os médicos foram capazes de identificar a maioria dos pacientes de alto risco na mortalidade em 30 dias (sensibilidade 78%), mas com alguma superestimação. Ambos os modelos de risco demonstraram falta de ajuste quando usados por um ano e cinco anos nas previsões de mortalidade.
Conclusão
Neste estudo, modelos prognósticos e médicos demonstraram habilidades discriminatórias semelhantes ao prever a mortalidade em pacientes com fratura de quadril. Embora os médicos superestimassem mortalidade, eles foram melhores em identificar pacientes de alto risco e em previsão de mortalidade a longo prazo.
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