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Ortopedia27 fevereiro 2025

Lesão da raiz posterior do menisco medial o mesmo problema, perfis diferentes

Existe um grupo de pacientes que sofre a lesão da raiz posterior do menisco medial por trauma, o que muda completamente o tratamento e o prognóstico
Por Rafael Erthal

As lesões da raiz posterior do menisco medial são um problema crescente na ortopedia. Antes, eram vistas como consequência do envelhecimento, ligadas ao desgaste progressivo da articulação. Mas estudos recentes mostram que nem todas as rupturas seguem esse padrão. Existe um grupo de pacientes que sofre essas lesões por trauma, o que muda completamente o tratamento e o prognóstico. 

Leia mais: Reparo da raiz posterior vs. reparo de outras lesões do menisco medial

menisco medial

Ruptura traumática ou degenerativa: qual a diferença? 

As rupturas degenerativas são mais comuns em pacientes acima dos 50 anos, muitas vezes obesos ou com desalinhamento em varo. São lesões silenciosas, nem sempre ocorrendo após um evento específico, e a dor surge gradualmente. 

Já as rupturas traumáticas ocorrem em pacientes mais jovens, geralmente envolvidos em esportes ou acidentes. A dor costuma estar associada a um movimento específico do joelho, como um estalo ou bloqueio. Um estudo recente analisou 113 pacientes com lesão traumática e encontrou uma média de idade de 27 anos, predominância no sexo masculino (64%) e alta incidência de lesões associadas, como rupturas ligamentares. 

Por que essa diferença é importante? 

O tipo de lesão influencia diretamente a abordagem do tratamento. Em pacientes jovens, sem sinais de desgaste na cartilagem, o reparo meniscal é a melhor opção. Como o tecido meniscal tem boa qualidade, as chances de cicatrização são maiores. No entanto, essas lesões frequentemente vêm acompanhadas de outras, como lesões ligamentares, o que pode exigir outra abordagem associada. 

Para lesões degenerativas, a decisão é mais complexa. Se a osteoartrite já estiver avançada, o reparo pode não trazer benefícios significativos. Nesses casos, pode-se optar por uma meniscectomia parcial ou pelo tratamento conservador, focado em fortalecimento muscular e controle da dor. 

Diagnóstico: o primeiro passo para um tratamento eficiente 

Distinguir entre uma lesão traumática e degenerativa é essencial para definir a melhor estratégia a ser praticada. A ressonância magnética ajuda a identificar extrusão meniscal, desgaste da cartilagem e outras lesões associadas. 

Além disso, a conversa com o paciente é fundamental. Saber se houve um evento traumático, entender o histórico da dor e alinhar expectativas permite um planejamento mais eficaz e individualizado. 

O que o futuro reserva? 

Embora o reparo meniscal seja a melhor opção para muitos casos, ainda há lacunas na literatura sobre os resultados a longo prazo, especialmente em lesões traumáticas. A maioria dos estudos foca em rupturas degenerativas, e ainda há espaço para novas pesquisas sobre o impacto do reparo em pacientes mais jovens. 

O essencial é reconhecer que nem toda lesão da raiz meniscal é igual. Diferenciar entre uma ruptura traumática e uma degenerativa permite personalizar o tratamento, garantindo melhores resultados e evitando abordagens ineficazes. 

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Referências bibliográficas

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