Incidência de artrose lateral após artroplastia unicompartimental medial de joelho
Um estudo da Bone and Joint Open buscou a incidência de artrose lateral 15 anos após artroplastia unicompartimental medial de joelho.
A osteoartrose de joelho mais comumente acontece no compartimento medial e, dessa maneira, há oportunidade para realização da artroplastia unicompartimental do joelho. Essa técnica tem como vantagens em relação à artroplastia total a menor incisão, menos complicações, recuperação mais rápida e melhor custo-benefício com ótimos resultados funcionais e de qualidade de vida.
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Novo estudo
A progressão da osteoartrose lateral é a causa mais comum da revisão das artroplastias unicompartimentais a longo prazo. Entretanto, há informação limitada sobre a incidência de artrose lateral visualizada nas radiografias. Foi publicado no último mês na revista Bone and Joint Open um estudo com o objetivo de determinar a incidência de artrose lateral nas radiografias 15 anos após artroplastia unicompartimental medial de joelho.
Métodos
Artroplastias unicompartimentais implantadas por dois cirurgiões desde 1998 em um hospital britânico foram seguidas prospectivamente. A taxa de revisão cumulativa em 15 anos para OA lateral de 5% para esta série foi relatada anteriormente. Um total de 163 joelhos não revisados após 15 anos de follow up foram avaliados de acordo com radiografias de joelho na incidência ântero-posterior.
A largura do espaço articular lateral (JSWL) foi medida e a gravidade da OA lateral foi classificada como: nula/leve, moderada e grave. Oxford Knee Scores (OKS) e American Knee Society Scores foram determinados no pré-operatório e com 15 anos de follow up.
Resultados
A média de idade foi de 80,6 anos (DP 8,3), com 84 mulheres e 79 homens. O JSWL médio foi 5,6 mm (DP 1,4) e não teve relação significativa com idade, sexo ou achados intraoperatórios. Aqueles com IMC > 40 kg/m2 tiveram menor JSWL do que aqueles com IMC ‘normal’ (p = 0,039).
A incidência de OA lateral grave e moderada foi de 4,9%. No geral, 2/142 (1,4%) daqueles com OA lateral nula/leve, 1/8 (13%) com moderada e 2/8 (25%) com grave subsequentemente tiveram revisão. Aqueles com OA grave (média OKS 35,6 (SD 9,3)) e moderada (média OKS 35.8 (DP 10.5)) tendiam a ter escores de resultados piores do que aqueles com zero/leve (média OKS 39.5 (SD 9.2)) mas a diferença só foi significativa para OKS-Function (p = 0,044).
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Conclusão
Este estudo mostrou que a taxa de OA lateral radiológica grave ou moderada em 15 anos após a artroplastia unicompartimental medial foi baixa (ambos 4,9%). Embora os pacientes com doença grave ou moderada lateral tivessem um OKS mais baixo do que aqueles com OA nulo/leve, suas pontuações médias (OKS 36) foram classificadas como boas.
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