Impacto da pandemia de covid-19 nos casos de capsulite adesiva do ombro

Sabemos que a epidemia de covid-19 determinou profundos reflexos nas condições de saúde da população geral.  Além do impacto psicológico e fisiológico, os distúrbios musculoesqueléticos podem ter sido afetados neste período. Um estudo publicado em agosto de 2022 compara a incidência e gravidade da capsulite adesiva do ombro (CA) idiopática antes e durante a pandemia de covid-19. 

O estudo

Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva para estabelecer a incidência de CA durante a pandemia, no período de março de 2020 a janeiro de 2021 comparando os dados dos atendimentos realizados em um centro ortopédico em Dublin, Irlanda, com os registrados um ano antes da pandemia (grupo controle). Para avaliar a gravidade da condição, a escala visual analógica (EVA) para pontuação de dor e o escore de Valor Subjetivo do Ombro (SSV) foram registrados. 

Métodos 

Foram registradas 847 consultas devido a uma nova queixa de dor no ombro iniciada durante o período de estudo da pandemia; destas, 232 levaram ao diagnóstico de CA idiopática. Um ano antes, ocorreram 898 consultas iniciais para um novo problema no ombro; destas, 176 foram para pacientes com quadro de CA idiopática. Isso representa um aumento relativo de 39,8% (P < 0,001) na incidência de pacientes com CA.  

Resultados 

O escore de dor EVA foi semelhante em ambos os grupos: média 6 ± 2 e 7 ± 2, respectivamente (P = 0,06). O SSV médio no grupo controle foi de 50% ± 20% vs. 45% ± 18% no grupo pandêmico, esta diferença foi estatisticamente significativa (P = 0,013), mas improvável de ser clinicamente significativa. 

Não houve diferença significativa entre o grupo controle e o grupo pandêmico na distribuição de pacientes ao categorizar os pacientes considerando o tratamento indicado (P = 0,94). O tempo médio de espera do encaminhamento à consulta não foi significativamente diferente entre o grupo controle e o grupo pandêmico: 58 ± 30 dias vs. 55 ± 27 dias (P = 0,30).

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Mensagem prática

O estudo sugere que durante a pandemia de covid-19, houve um aumento significativo na incidência de pacientes com capsulite adesiva. Nenhuma diferença significativa na gravidade dos casos foi, entretanto, observada.