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Ortopedia24 abril 2025

Há um tempo certo adequado para fixação definitiva em pacientes politraumatizados?

Estudo teve por objetivo definir o impacto do tempo para estabilização operatória de fraturas de extremidades em fatores de resultados de pacientes adultos politraumatizados

O tratamento de fraturas de extremidades em pacientes politraumatizados é um desafio para o cirurgião ortopédico. É comum esses pacientes apresentarem outras lesões mais graves que podem levar a risco de vida e há dúvida quanto ao momento certo de resolver as fraturas.  

O conceito de controle de danos ortopédicos (CDO) é uma estratégia que visa uma rápida estabilização temporária do paciente com o objetivo de reduzir o estresse inflamatório e perda sanguínea para que o paciente se recupere de melhor maneira das lesões clínicas mais graves. Entretanto, essa estratégia parece estar associada a um maior risco de pseudoartrose. 

O conceito de tratamento total precoce (“early total care” – ETC) por outro lado parece minimizar as chances de pseudoartrose, porém em pacientes graves pode aumentar as chances de complicações pulmonares e exacerbação da resposta inflamatória sistêmica. Diante disso, foi publicado no “European Journal of Trauma and Emergency Surgery” um estudo com o objetivo de definir o impacto do tempo para estabilização operatória de fraturas de extremidades em fatores de resultados de pacientes adultos politraumatizados. 

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Metodologia 

O estudo foi uma revisão sistemática com pesquisa nas bases de dados PubMed e Cochrane até setembro de 2022 de estudos comparando fixação precoce e controle de danos em pacientes adultos politraumatizados. Foram incluídos pacientes maiores ou igual a 18 anos, politraumatizados com ISS (Injury-Severity Score) maior ou igual a 16. Os estudos selecionados foram de língua inglesa ou alemã, sendo apenas ensaios clínicos randomizados ou revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados comparando as duas estratégias. 

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Resultados 

Assim, cinco ensaios clínicos randomizados foram incluídos, com um total de 335 pacientes sendo 82,7% homens. A idade média variou entre 28 e 41,6 anos. A análise não encontrou nenhuma diferença estatisticamente significativa na mortalidade geral ou melhora na admissão na UTI entre a estabilização precoce (< 24 h) e tardia da fratura. Comparando a fixação femoral com haste à fixação externa, os achados mostraram que a fixação femoral com haste reduz o tempo de permanência na UTI e a duração da ventilação mecânica invasiva. 

Conclusão 

O estudo sugeriu que o tratamento cirúrgico imediato com haste é superior ao tratamento tardio ou a uma abordagem cirúrgica em estágios em pacientes politraumatizados estáveis ​​com fraturas de ossos longos. Na prática, a comparação é difícil porque a saúde de tais pacientes depende de inúmeros fatores clínicos e de imagem e laboratoriais. A experiência da equipe cirúrgica é importante para definir se o paciente em questão tem condições de ser submetido a um procedimento mais invasivo e definitivo ou apenas à fixação externa.  

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Referências bibliográficas

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