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Ortopedia25 novembro 2022

Há relação entre intensidade da dor e incapacidade do paciente em lesões da SIFA?

Um estudo analisou a correlação entre alterações morfológicas e outros pontos em pacientes que estavam aguardando procedimento para SIFA.

A síndrome do impacto femoroacetabular (SIFA) é composta por uma tríade que envolve dor, limitação de arco de movimento do quadril e incapacidade funcional atrelada a achados de imagem demonstrando alterações morfológicas na junção colo-cabeça do fêmur (tipo cam), no rebordo acetabular (pincer) ou mistas. A doença está intimamente ligada, com a evolução dos sintomas, à artrose de quadril, tendo o diagnóstico precoce papel fundamental na melhora do quadro. 

Acredita-se que lesões labrais são observadas em 62% dos indivíduos sintomáticos e 54% dos assintomáticos. Defeitos de cartilagem estão presentes em 64% dos sintomáticos e 12 % dos assintomáticos. A maior prevalência desses achados em indivíduos com SIFA pode reforçar a ideia de que a dor e a incapacidade evidenciada nesses casos têm relação direta com os achados de imagem, entretanto não há consenso sobre o tema. 

História natural da osteoartrite de quadril

O estudo 

Foi publicado, no último mês, na Revista Brasileira de Ortopedia – RBO, um estudo com o objetivo de analisar a correlação entre alterações morfológicas experimentadas, o grau de lesão das estruturas intra-articulares, a dor e a função de pacientes que estavam aguardando procedimento para SIFA; e identificar os fatores associados à dor e à função desses indivíduos. 

Foram colhidos dados retrospectivos pré-operatórios de prontuários de pacientes consecutivos submetidos à artroscopia de quadril por um único cirurgião da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Foram excluídos pacientes com displasias do quadril, osteoartrose ou com lesões traumáticas que foram submetidos a algum outro procedimento no quadril. Foram avaliadas a dor pré-operatória pela Escala Visual Analógica (EVA) e a capacidade funcional pré-operatória por meio do Harris His Score modificado por Byrd (HHSm). 

Também foram avaliadas as variáveis independentes: idade, sexo, lateralidade, prática de atividade física, ângulo alfa, ângulo de Wiberg, extensão da lesão labral e condral pelo método clock-face, lesão em onda, e o grau de lesão condral pela classificação de Outerbridge. 

Resultados 

A média de idade dos pacientes foi de 38,5 anos, a intensidade média da dor foi de 7,8 e o escore mHHS médio foi de 56,3. No total, 61% da amostra foram classificados como Outerbridge III ou IV, e 12,6% apresentavam lesões ondulatórias. Houve correlação entre sexo masculino (r= 0,497) e menor intensidade da dor, e correlação entre idade (r = -0,27), sexo masculino (r = 8,419) e atividade física com pontuações funcionais mais altas no mHHS (r = 4,729). 

Leia também: Há diferença no tratamento da osteoartrose de joelho e quadril à distância?

Conclusão 

Não houve correlação dos parâmetros radiográficos e artroscópicos do estudo com a intensidade da dor e a incapacidade dos pacientes. O sexo masculino está relacionado à menor intensidade de dor, e maior capacidade funcional está relacionada ao sexo masculino, menor idade e prática de atividade física.

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Referências bibliográficas

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