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Ortopedia26 junho 2024

Há benefício do uso de PRP pós-reconstrução de LCA? 

Estudo comparou os resultados em pacientes submetidos a reconstrução de LCA com e sem injeção intra-articular pós-operatória de PRP 

O ligamento cruzado anterior (LCA) é um estabilizador primário do joelho e muito propenso a lesões durante a prática de esportes com mecanismo de trauma rotacional e em valgo. A cirurgia de reconstrução do LCA é realizada com uso de enxerto de tendão, que ao longo de um ano pós-operatório cicatriza, amadurece e remodela. 

O uso do plasma rico em plaquetas (PRP) tem sido encorajado na ortopedia em desordens musculoesqueléticas como lesões condrais, artrose e epicondilite e acredita-se seu uso nos pós-operatórios de reconstrução de LCA pode acelerar o processo de cicatrização e maturação do neoligamento. Diante disso, foi publicado no último mês no Journal of the American Medical Association (JAMA) um estudo com o objetivo de comparar os resultados subjetivos e a maturidade do enxerto em pacientes submetidos a reconstrução de LCA com e sem injeção intra-articular pós-operatória de PRP. 

Há benefício do uso de PRP pós-reconstrução de LCA? 

Imagem de freepik

O estudo  

O ensaio clínico randomizado foi realizado em um hospital em Shanghai (China) e foram incluídos pacientes com idade entre 16 e 45 anos maduros esqueleticamente. Foram excluídos aqueles que apresentavam múltiplas lesões ligamentares, lesões bilaterais do LCA, fratura combinada do planalto tibial, defeito grave na cartilagem ou osteoartrite, concomitante reparo meniscal, história de cirurgia no joelho ipsilateral ou contralateral, doenças do sistema sanguíneo ou outras doenças ou condições sistêmicas que possam afetar o tratamento pós-operatório.  

Os participantes do grupo PRP receberam 3 doses de injeção intra-articular de PRP em 4 semanas (variando em 3 dias), 8 semanas (variando em 5 dias) e 3 meses (variando em 7 dias) de pós-operatório, enquanto que os participantes do grupo controle não receberam injeção pós-operatória no joelho. O desfecho primário foi a pontuação média em 12 meses para 4 subescalas do Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS4).  

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Entre os 120 participantes randomizados (idade média [DP], 29,0 [8,0] anos; 84 homens [70%]), 114 (95%) estavam disponíveis para a análise do desfecho primário. A pontuação média do KOOS4 em 12 meses foram 78,3 (DP, 12,0; IC 95%, 75,2-81,4) no grupo PRP e 76,8 (DP, 11,9; IC 95%, 73,7-79,9) no grupo controle (média ajustada da diferença entre grupos, 2,0; IC95%, -2,3 a 6,3; P = 0,36). Os resultados secundários não foram significativamente diferentes entre os 2 grupos exceto nível esportivo e recreativo e maturidade do enxerto em 6 meses. Eventos adversos relacionados à intervenção incluíram dor no local da injeção e inchaço do joelho após a injeção.  

Conclusão 

Segundo o trabalho, a adição de injeção intra-articular pós-operatória de PRP não resultou em melhora superior ao controle dos sintomas e função do joelho aos 12 meses. Mais estudos são necessários acerca do uso do PRP em patologias musculoesqueléticas. 

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